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Brujo exibe o facão: lado obscuro do meta | André Smirnoff/Divulgação
Brujo exibe o facão: lado obscuro do meta| Foto: André Smirnoff/Divulgação

As favelas do Rio de Janeiro e de Curitiba são a Disneylândia perto da realidade que o grindcore do Brujeria cantou no desconcertante show de quinta-feira, no Music Hall.

As 666 cabeças que pagaram para ver o concerto histórico sabem que o mundo retratado nas músicas dos caras é uma terra sem lei, em que cabeças de inimigos são expostas nas estradas. Um território de facções criminosas, de abuso de drogas e cultos de bruxaria.

Mostrando as faixas de seu novo álbum, em vias de ser lançado, e peças clássicas como "Anti-Castro", "Raza Odiada", "Matando Güeros" e tantas outras, os malucos mascarados do Brujeria simplesmente tocaram o terror – para dar o sentido certo à gasta expressão. Peso, velocidade, ódio e demência do jeito que o povo gosta.

Houve um momento muito engraçado quando o vocalista Fantasma falou sobre a Copa do Mundo no Brasil e pediu torcida para o México. Ouviu-se uma tremenda vaia para o mundial e outra para o também citado Pelé. O nome de Garrincha, contudo, foi aplaudido, revelando muito sobre o caráter gauche da pequena multidão.

Durante o show, o discretamente assustador vocalista e líder da banda, Juan Brujo, mostrou um "cuchillo" como os que são usados pelas gangues mexicanas para degolar adversários. Os shows são melhores quando as facas e a violência estão no palco e nas letras das músicas. A arte, aliás, serve para isso. Dá para fazer uma grande música sobre sangue e porrada sem que todo mundo precise se matar.

A vinda do Brujeria serviu para confirmar que o ano de 2014 em Curitiba está pródigo no quesito shows do underground internacional. Primeiro foi a dupla Sean & Zander , com participação do Mutant Cox, no Jokers, em fevereiro. Depois, nos festivais de carnaval, King Kurt, The Sharks e outros. A popular "sonzera" do Brujeria encorpou o ciclo. Ponto para quem os produziu. E que venham muito mais.

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