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CAM ganhará reformulações, mas ainda não há data certa de reabertura | Antônio More/Gazeta do Povo
CAM ganhará reformulações, mas ainda não há data certa de reabertura| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Retrospectiva

Relembre algumas mostras realizadas na Casa Andrade Muricy desde a sua abertura:

American Grafitti

Foi a exposição de abertura da CAM, inaugurada em 26 de junho de 1998. A mostra reuniu vários nomes da street art norte-americana, entre eles, Jean-Michel Basquiat.

Retrospectiva de Jesús Rafael Soto

Apresentou em setembro de 1998 cerca de 80 obras do artista venezuelano e foi organizada pela Galerie Nacionale du Jeu de Paume, de Paris.

Ianelli – A Trajetória de um Artista

Aberta ao público em 18 de novembro de 2000, reuniu um conjunto de aproximadamente 100 obras do artista brasileiro Arcangelo Ianelli (1922-2009), que teve como uma das principais marcas de seu trabalho o abstracionismo.

Direitos Humanos, Imagens do Brasil

Inaugurada em 14 de julho de 2011, a mostra reuniu 60 imagens jornalísticas que mostraram a luta pelos Direitos Humanos no país.

Espaço Arte Alemanha

Mostra trouxe diversas obras de artistas e fotógrafos alemães contemporâneos. Ficou em cartaz até abril do ano passado.

Premiados do Salão de Cerâmica

A última mostra da programação da CAM antes do fechamento para reforma faz uma retrospectiva com obras de premiados no Salão de Cerâmica.

Programe-se

Salão Nacional de Cerâmica

Casa Andrade Muricy (Al. Dr. Muricy, 91, Centro), (41) 3321-4700. Visitação de terça a sexta-feira, das 10h às 19 horas. Sábados e domingos, das 10h às 16 horas. Entrada gratuita. Até 30 de março.

A Casa Andrade Muricy (CAM) fecha as portas no fim deste mês para reforma e reestruturação do seu espaço. Inaugurada em 1998, a casa abrigou diversas exposições importantes, além de ser uma das sedes de eventos como a Bienal Internacional de Curitiba e do Salão Nacional de Cerâmica – obras do último salão ficam em cartaz no museu até o dia 30.

Há consenso tanto da parte da Secretaria de Estado da Cultura (Seec) quanto da classe cultural de que uma reforma é mais do que necessária. Situada em um prédio construído em 1926, tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado, a CAM sofre hoje com problemas como infiltrações, partes do gesso trincadas e iluminação obsoleta.

Entretanto, a preocupação de muitos produtores culturais da cidade, que criaram nas redes sociais o movimento Queremos Saber da CAM, é de que o espaço feche e a reforma demore muito, a exemplo do Museu da Imagem e do Som (MIS), fechado há dez anos.

"Não somos contra a reforma, muito pelo contrário. E nosso movimento não é um manifesto, queremos apenas que eles apresentem com transparência o projeto, se há verba e previsão de entrega", salienta o produtor cultural e criador da ação no Facebook, Guilherme Jaccon, que já foi estagiário da CAM.

De acordo com a coordenadora do Patrimônio Cultural do Paraná, Rosina Parchen, a coordenação realizou um levantamento de tudo o que é necessário reformular no museu, relação já repassada para a Secretaria de Infraestrutura e Logística, que vai elaborar a fase de custos, planejamento da obra e prazo de entrega. "Também teremos uma licitação a ser cumprida. Esperamos que nos devolvam esse planejamento no mais curto espaço de tempo para iniciarmos a recuperação."

Rosina ressalta que, desde a inauguração, a CAM não recebeu um conjunto de atualização e conservação, e que parte das instalações que recebeu em 1998 já estão obsoletas (como a iluminação, então importada da Itália). "Para que a gente conserve o edifício e a boa qualidade, a casa interrompe a programação para receber as obras de manutenção, para voltar a atender como sempre foi, um bom espaço com exposições de qualidade", diz.

De acordo com a Seec, não há possibilidade de a CAM fechar e não ser reaberta como museu, e que os funcionários serão incorporados a outros equipamentos. Sobre a programação, a secretaria afirma que o Museu Oscar Niemeyer (MON) e o Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC) absorverão as mostras, e que o arranjo "não trará prejuízos para os artistas". Vinculado à CAM, o MAC, segundo a Seec, também necessita de reformas, mas ainda não há nada planejado para uma reestruturação, tampouco um fechamento.

Melhorias

Guilherme Jaccon salienta que, além da estrutura física, a expectativa é de que a CAM reformule também as suas atividades culturais. "É necessária uma programação mais sólida, com palestras e outros eventos, a exemplo do que faz o MON. Que volte não só com uma reforma estrutural, mas também de gestão cultural."

A fotógrafa Vilma Slomp, que em 2012 expôs pela primeira vez na CAM (com a mostra de fotografias ½ Blue), acredita que o espaço, junto com o MAC e o Sesc Paço da Liberdade, forma um triângulo de arte "muito interessante" no centro da cidade. "Foi uma ótima experiência expor lá, e o espaço é excelente. Tudo o que vir para melhorar é benéfico para a população, e tomara que a reforma seja rápida." Ela sugere que a casa pense em mais estratégias de divulgação da programação e planeje a instalação de café e livraria no local. "Acredito que isso geraria mais visitação, agitaria mais."

A artista plástica Eliane Prolik, que realizou mostras próprias na CAM e organizou o projeto de Miguel Bakun: A Natureza do Destino, de 2009, em comemoração ao centenário do artista, acredita que as reformulações vêm a calhar, e que seria interessante se o projeto pensasse em espaços expositivos maiores e sem tantas intervenções das janelas, por exemplo. "A Casa Maria Antônia, de São Paulo, é tombada e conseguiu encontrar uma solução interessante, museus internacionais também trabalham dessa forma. Ajudaria muito se uma adaptação assim fosse considerada", frisa.

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