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Caminho da Liberdade (confira trailer e fotos), de Peter Weir ("Mestre dos Mares"), é um filme que busca na grandiosidade a sua razão de ser. O longa acompanha uma jornada de proporções épicas, de sobrevivência apesar das adversidades. É uma história real que precisa de algumas concessões que só a ficção pode lhe dar para que exista.

O livro de memórias do oficial do Exercito polonês Slamovir Rawicz foca na jornada que ele e outros companheiros fizeram de uma prisão siberiana até a Índia, em 1940, caminhando 4 mil milhas e sobrevivendo a adversidades como temperaturas abaixo de zero, calor do deserto e falta de água.

Em 2006, a BBC questionou a veracidade deste feito, uma vez que o próprio Rawicz não apontou evidências que comprovassem a sua história.

No filme, o personagem relativo ao autor é Janusz (Jim Sturgess, de "Across the Universe"), que começa o filme num gulag soviético que remete aos melhores momentos de "Recordação da Casa dos Mortos", de Dostoiévski -- embora sejamos poupados da visão de baratas na sopa.

O frio e a desconfiança interna e externa são os maiores inimigos dos presos, mas, apesar disso, ele se alia a um grupo heterogêneo de pessoas e consegue fugir.

Ao acompanhar essa jornada, "Caminho da Liberdade" foca mais na jornada em si do que nos membros individualmente. Sabemos apenas o necessário sobre Vlaka (Colin Farrell), Sr. Smith (Ed Harris) e Irena (Saoirse Ronan) -- que estão ao lado de Janusz e andam sem parar.

Este não é, propriamente, um filme em que muita coisa acontece. Afinal, boa parte de suas mais de duas horas consiste em mostrar pessoas andando para fugir do frio ou para procurar água.

Faz falta ao roteiro de Weir e Keith R. Clarke detalhes sobre a sobrevivência do grupo. É aí que entra a boa vontade na forma de licença poética da ficção para fazer vista grossa às lacunas do filme.

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