A indicação do brasileiro “O Menino e o Mundo”, do paulista Alê Abreu, ao Oscar de melhor animação surtiu curiosidade entre o público para conhecer o filme. Pelo menos uma exibição já está marcada, para 11 de fevereiro, pelo canal pago HBO Family, às 21h50.
Em sua página no Facebook, Abreu postou esta mensagem: “Nosso filme nasceu como um grito sincero de liberdade, de amor, um grito político, latino-americano. Mas, sobretudo, um grito contra o sufoco que a grande indústria cria aos potenciais artísticos, poéticos e de linguagem da animação”.
Mas esse é um ano difícil para concorrer. A obra disputa com títulos como “Divertida Mente”, da Pixar, e “Anomalisa”, dirigido por Charlie Kauffman (de “Adaptação”).
O filme de Abreu, que custou R$ 2 milhões, levou três anos para ser feito. A trama, contada com técnicas mistas -de colagem a giz de cera-, trata de um garoto que sai de casa em busca do pai em meio a um mundo fantástico.
Pixar
A animação brasileira irá concorrer com produções comerciais e muito mais caras, como a obra da Pixar, vencedora do Globo de Ouro que custou US$ 175 milhões (cerca de R$ 697 milhões). Também enfrenta filmes mais autorais e adultos, caso de “Anomalisa”, que ganhou o prêmio especial do júri no Festival de Veneza, um dos eventos mais importantes do cinema.
Os outros dois concorrentes na categoria são “Shaun: O Carneiro”, coprodução franco-britânica, e o japonês “Quando Estou com Marnie”. As duas obras já estrearam no Brasil, no ano passado, assim como “Divertida Mente”.
Em 2014, após ganhar o prêmio de Annecy, a reportagem perguntou ao diretor sobre eventuais chances que “O Menino e o Mundo” teria de ser indicado ao Oscar. “Annecy é arte, Oscar é indústria”, afirmou.
