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Deadpool: anti-herói violento e falastrão | Divulgação/
Deadpool: anti-herói violento e falastrão| Foto: Divulgação/

O filme “Deadpool” se tornou o filme de classificação restrita (censura 18 anos nos Estados Unidos e 16 anos no Brasil) com a maior bilheteria de todos os tempos com uma arrecadação de U$ 745 milhões no mundo inteiro.

Ainda em cartaz nos cinemas brasileiros, o filme dirigido por Tim Miller bateu o antigo líder “Matrix Reloaded” (2003), US$ 742 milhões.

Nos Estados Unidos, o longa da Marvel é o terceiro mais visto da história dentro desta classificação: o primeiro é ainda “A Paixão de Cristo” (2004), com US$ 370 milhões e “Sniper Americano” (2014), com US$ 350 milhões.

No Brasil, “Deadpool” segue como o segundo filme mais visto de 2016, com cerca de seis milhões de espectadores e bilheteria de R$ 81 milhões.

A produção da Marvel estrelada por Ryan Reynolds é um raro exemplo de um filme divertido e bom do filão de filmes de super-heróis para o público adulto em meio a grande quantidade de filmes sobre seres com superpoderes para o público infanto-juvenil.

Para o crítico de cinema Noah Berlatsky, do jornal londrino “The Guardian”, o filme deve fortalecer uma tendência de filmes de heróis destinados para o público adulto. Quadrinhos como “Watchmen” e o próprio “Deadpool” lidam com temas adultos como sexo, violência e homossexualidade e não são para crianças. Portanto não há por que suas versões do cinema seguirem outra linha.

Berlatsky acredita que muito do sucesso se deve à irreverência do roteiro à própria mitologia dos quadrinhos. “Deadpool” é um filme que faz piada do fato de um sujeito adulto sair fantasiado retalhando inimigos e também sobre as manobras que roteiristas dos estúdios precisam fazer para adequar as histórias dos quadrinhos para o cinema sem enfurecer os fãs nerds.

O próprio Deadpool olha para a câmera e explica para o público que não se trata de mais uma produção de super-heróis para a família.

“Herói são uma fantasia para crianças e uma piada para os adultos que sabem que aquilo não é verdade. Histórias de super-heróis, então, são obcecadas em atingir aquele espaço ímpar, transformador, entre ser uma criança, cheia de fantasia e imaginação, e ser um adulto, cheio de energia”, escreveu.

O jornalista André Forastieri , criador e editor da revista “Herói”, na década de 1990, também acredita que Deadpool “fará escola”, pois “contra o sucesso não há argumentos, lição número um do business e do show business”.

Para ele, Deadpool é o herói contemporâneo, pois “arrota na cara do super-heroísmo careta e, sensacional, enfim temos um super-herói com vida sexual”, escreveu em seu blog.

Com este tom mais sarcástico e irônico, “Deadpool” ousa brincar com seu próprio status, abusando dos clichês do gênero para se tornar uma comédia de humor negro mais palatável para um público que já superou a adolescência.

Polêmica

Com o o sucesso mundial do filme, muitos pais se questionaram antes e depois do filme se deveriam levar seus filhos para assistir a “Deadpool”. No Brasil o filme tem classificação indicativa para maiores de 16 anos. A indicação corresponde a classificação R - Restricted dos EUA, em que jovens com menos de 17 anos precisam ser acompanhadas por um adulto para entrar na sessão.

No Brasil, as classificações indicativas são feitas pelo Ministério da Justiça desde 2006 seguindo um manual que prevê seis classificações. Livre, 10, 12, 14, 16 e 18 anos, separados por três critérios: Violência, Sexo e Drogas.

Dentro da classificação 16 anos, o filme pode conter violência (estupro, exploração sexual, coação sexual, tortura, mutilação, suicídio, violência,aborto, pena de morte, eutanásia), sexo e nudez (relação sexual intensa) e drogas (produção ou tráfico de qualquer droga ilícita, consumo de drogas ilícitas, indução ao consumo de drogas ilícitas). “50 Tons de Cinza” e o vencedor do Oscar, “O Regresso”, são dois exemplos de filmes que também receberam esta classificação.

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