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“Como Nossos Pais”, de Laís Bodansky, será exibido na mostra Panorama | Divulgação/
“Como Nossos Pais”, de Laís Bodansky, será exibido na mostra Panorama| Foto: Divulgação/

A partir desta quinta-feira (9) os olhos do cinema mundial se voltam para o Festival de Berlim, um dos eventos cinematográficos mais importantes do mundo, que está completando sua 67ª edição.

“Django”, de Etienne Comar, dá partida ao festival que vai apresentar uma eclética e diversificada programação distribuída em várias mostras.

O filme, que também está na disputa pelo Urso de Ouro, conta a história da lenda do jazz Django Reinhardt, que fugiu de Paris enquanto a cidade era ocupada pelos soldados de Adolf Hitler em 1943 e teve sua família “caçada” pelo regime nazista.

A Berlinale se encerra no dia 19, quando será reprisado o vencedor do Urso de Ouro, conhecido na véspera.

O Brasil tem uma das melhores participações dos últimos tempos no festival, com 12 títulos selecionados.

Após dois anos – quando competiu com “Praia do Futuro”, de Karin Aïnouz – o país volta a concorrer ao Urso de Ouro com “Joaquim”, de Marcelo Gomes, que é centrado na figura de Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792), o soldado do Império que se transformou em Tiradentes, o líder da Inconfidência Mineira.

“O público de Berlim é muito especial. Durante minha última participação na Berlinale em 2014 com o ‘Homem das Multidões’ [co-dirigido com Cao Guimarães], os debates após as sessões foram muito ricos, reflexivos e reveladores. Um grande estímulo para qualquer diretor e um aprendizado que levo comigo. Espero que o nosso ‘Joaquim’ seja igual”, disse o diretor pernambucano à Gazeta do Povo.

“Joaquim”, de Marcelo Gomes

Quatro títulos brasileiros participam da Panorama, a mostra paralela mais prestigiada do festival.

Na Panorama Principal foram selecionados: “Pendular”, de Julia Murat, sobre o relacionamento entre um escultor e uma dançarina; “Como Nossos Pais”, de Laís Bodanzky, um painel afetivo de três gerações em São Paulo; e “Vazante”, de Daniela Thomas, que ganhou o status de abrir a mostra. O filme trata das relações raciais no Brasil no início do século 19.

“No Intenso Agora”, de João Moreira Salles – que justapõe imagens de quatro eventos históricos dos anos 1960 – foi selecionado para a Panorama Dokumente. Além das sessões do filme, Salles participará de um encontro no Berlinale Talents para analisar a influência de revoluções e figuras revolucionárias passadas no mundo atual, tendo por base a abordagem do seu filme.

O Brasil também marca presença na Geração, mostra destinada aos jovens, com: “Mulher do Pai”, de Cristiane Oliveira; “Duas Irenes”, de Fabio Meira; e “Não Devore meu Coração”, de Felipe Bragança, que teve estreia mundial em Sundance (EUA) no mês passado.

Na importante Mostra Fórum, composta sobretudo por filmes de arte, o país está representado por “Rifle”, de Davi Pretto, uma espécie de faroeste gaúcho, que foi o vencedor do prêmio de roteiro e som no último Festival de Brasília.

Estarão ainda na Berlinale os curtas-metragens “Estás Vendo Coisas”, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, que disputa do Urso de Ouro do formato; “Vênus, Filó, a fadinha lésbica”, de Sávio Leite, animação inspirada num poema de Hilda Hilst na Panorama; e “Em Busca da Terra Sem Males”, de Anna Azevedo, na Geração K-Plus.

E também tem Brasil na Berlinale Books – que seleciona obras com potencial de serem adaptadas ao cinema – comparecendo com “O Remanescente”, de Rafael Cardoso, publicado no Brasil pela Companhia das Letras e na Alemanha pela Fischer.

Por último “Call Me By your Name”, do italiano Luca Guadagnino – um drama de amor gay, selecionado para a Panorama – tem entre seus produtores a RT Features, do carioca Rodrigo Teixeira.

Mostra oficial

A seção mais importante do evento, cujo júri será presidido pelo cineasta holandês Paul Verhoeven (“Elle”), exibirá um total de 24 filmes, 18 em competição.

Com um número predominante de títulos, a delegação europeia tem como destaques: “Spoor”, de Agnieszka Holland (Polônia); “Colo”, de Teresa Villaverde (Portugal); “Ana, mon Amour”, de Cälin Peter Netzer (Romênia); “The Party”, de Sally Potter (Reino Unido); “The Other Side of Hope”, de Aki Kaurismäki (Finlândia); “Beuys”, de Andres Veiel, e “Return to Montauk”, de Volker Schlöndorff, ambos da anfitriã Alemanha.

“Logan”, de James Mangold

A América do Sul, além de “Joaquim”, estará representada por “Una Mujer Fantástica”, de Sebastián Lelio, produção conjunta de Chile, Alemanha e EUA.

Também são aguardados com expectativa “The Dinner”, do americano Oren Moverman; “On the Beach at Night Alone”, do sul-coreano Hong Sang-soo; e a animação “Have a Nice Day”, do chinês Liu Jian.

Fora de competição, serão mostrados dois filmes que estão entre os mais esperados do ano: “Logan”, de James Mangold (EUA), terceira aventura solo do mutante Wolverine; e “T2 Trainspotting”, de Danny Boyle, sequência do filme de 1996.

Na Berlinale Special, que apresenta obras atuais de cineastas contemporâneos, haverá treze títulos, entre eles o também esperadíssimo “The Lost City of Z”, de James Gray (EUA), que encerrou o Festival de Nova York em setembro.

Homenagens e retrospectivas

O Urso Honorário, tributo tradicional que é concedido a um artista pelo conjunto da obra, será outorgado para a figurinista italiana Milena Canonero, responsável pelos costumes de “Entre Dois Amores”, “O Poderoso Chefão” e “Laranja Mecânica”, entre dezenas de outros. Como parte da homenagem, um de seus trabalhos, o clássico “O Iluminado”, de Stanley Kubrick (1980) voltará às telas em sessão de gala em cópia restaurada inédita.

Na cultuada Mostra Retrospectiva, a programação é dedicada aos filmes de ficção científica. Será mostrado um total de 27 títulos internacionais, incluindo clássicos, como “No Mundo de 2020”, de Richard Fleischer (1973); “THX 1138”, de George Lucas (1971); e o filme dinamarquês “A Trip to Mars”, de Holger-Madsen, que estreou em 1918.

Programação para os refugiados

Por último, coerente com o conhecido viés político do festival, a Berlinale programou uma extensa série de eventos para participação dos refugiados que inclui, entre outros, oferta de tickets para filmes, cursos sobre cinema, palestras, acompanhamento por mentores e visitas a sets de filmagens.

Filmes da Mostra Oficial

“Django”, de Etienne Comar (França)

“Ana, mon Amour”, de Cälin Peter Netzer (Romênia / Alemanha /França)

“On the Beach at Night Alone”, de Hong Sang-soo (Coreia do Sul)

“Beuys”, de Andres Veiel (Alemanha)

“Colo”, de Teresa Villaverde (Portugal/França)

“The Dinner”, de Oren Moverman (EUA)

“El Bar”, de Álex de la Iglesia (Espanha, fora de competição )

“Félicité”, de Alain Gomis (França/Senegal/Bélgica/Alemanha/Líbano)

“Final Portrait”, de Stanley Tucci (Reino Unido/França, fora de competição)

“Have a Nice Day”, de Liu Jian (China)

“Bright Nights”, de Thomas Arslan (Alemanha/Noruega)

“Joaquim”, de Marcelo Gomes (Brasil/Portugal)

“Logan”, de James Mangold (EUA, fora de competição)

“Mr. Long”, de Sabu (Japão/Alemanha/França/Irlanda)

“The Party”, de Sally Potter (Reino Unido)

“Spoor”, de Agnieszka Holland (Polônia/Alemanha)

“Return to Montauk”, de Volker Schlöndorff (Alemanha/França/Irlanda)

“Sage Femme”, de Martin Provost (França/Bélgica, fora de competição)

“T2 Trainspotting”, de Danny Boyle (Reino Unido, fora de competição)

“On Body and Soul”, de Ildiko Enyedi (Hungria)

“The Other Side of Hope”, de Aki Kaurismäki (Finlândia)

“Una Mujer Fantástica”, de Sebastián Lelio (Chile/Alemanha/EUA)

“Viceroy’s House”, de Gurinder Chadha (Índia/Reino Unido, fora de competição)

“Wilde Maus”, de Josef Hader (Áustria)

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