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O último Wolverine de Hugh Jackman: velho, com dores nas juntas e mais violento do que nunca. | 20th Century Fox/20th Century Fox
O último Wolverine de Hugh Jackman: velho, com dores nas juntas e mais violento do que nunca.| Foto: 20th Century Fox/20th Century Fox

Wolverine envelheceu. Nos quadrinhos, desde 2008, com a série “Old Man Logan”. No cinema, com a estreia mundial de “Logan”, que chega esta quinta (2) às salas de exibição. E na vida real, se isso é possível, com o ator que vive o personagem nas telas, Hugh Jackman, que interpreta o mutante desde 2000, em “X-Men: O Filme”.

Mas, mais importante, além de envelhecer o personagem e seu ator, envelheceram também os fãs de Wolverine. Afinal, lá se vão oito anos desde o primeiro filme solo do Arma X: “X-Men Origens: Wolverine”. Qualquer criança que tenha memória daquele primeiro episódio já alcançou idade suficiente para se interessar por filmes de temática mais adulta.

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Mais interessados ainda nesse envelhecimento eram os fãs antigos de Wolverine. O Wolverine de Jackman nunca foi uma decepção completa. Mas os leitores de quadrinhos, especialmente dos títulos solo de Wolverine, sempre esperaram que, ao menos nos filmes isolados dos X-Men, Wolvie pudesse ser mais fiel ao seu espírito. Em outras palavras: mais rude, mal humorado, boquirroto e muito, muito mais violento.

“Logan” é o filme feito para atender esse desejo. A liberdade dada ao diretor James Mangold, que tinha apenas flertado com esta linha no filme anterior da série, “Wolverine: Imortal”, é decorrência direta do sucesso de outro filme de um herói mutante, “Deadpool”. Quando a Fox, detentora dos direitos para o cinema dos personagens da família X-Men, resolveu apostar em um filme de herói para adultos e teve sucesso na empreitada, a porteira se abriu: finalmente, poderíamos esperar um Wolverine para um público com mais de 18 anos.

Enquanto “Deadpool” é adulto basicamente porque carrega na linguagem pesada, “Logan” vai além: sim, há palavrões, alguma nudez e violência mais explícita. Mas, sobretudo, “Logan” é um filme mais denso e sério. Mangold é conhecido em Hollywood por seu amor ao Faroeste, e “Logan” tem um pouco disso. Não apenas na citação direta a “Os Brutos Também Amam”, de 1953, mas principalmente na ambientação. Esqueça o Wolverine das florestas boreais canadenses. “Logan” se passa, em sua maior parte, na paisagem desértica do Texas, na fronteira entre México e Estados Unidos.

Wolverine envelheceu. Assim como envelheceram outros mutantes. Mais especialmente, o Professor X, que, em “Logan”, volta a ser vivido por Patrick Stewart, dos primeiros “X-Men”. Aos 90 anos, o Professor X se comporta como muitos homens de sua idade: tem suas manias, saúde frágil e está um pouco senil. Ele vive com Wolverine e outro mutante, Caliban, em uma planta industrial abandonada na fronteira. Wolverine, velho, com dores nas juntas e enxergando mal, já não se cura como antigamente. E é nessa condição que ele conhece a personagem que mudará para sempre sua história: Laura, uma versão infantil dele mesmo: introspectiva, violenta e com suas próprias garras de adamantium.

“Logan” agradará a quem gosta de filmes de herói por sua ação assim como a quem gosta de filmes que têm algo mais a dizer. E é um presente de despedida de Hugh Jackman para os fãs do Caolho. Nunca o Wolverine do cinema foi tão fiel ao dos quadrinhos, e nunca um filme de Wolverine foi tão bom quanto “Logan”.

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