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Em “O Quarto de Jack”, Brie Larson e Jacob Tremblay vivem mãe e filho que precisam se adaptar a uma nova realidade após passarem anos presos em um cativeiro. | Divulgação
Em “O Quarto de Jack”, Brie Larson e Jacob Tremblay vivem mãe e filho que precisam se adaptar a uma nova realidade após passarem anos presos em um cativeiro.| Foto: Divulgação

“O Quarto de Jack” tinha tudo para ser: 1) um dramalhão meloso para arrancar lágrimas do espectador; ou 2) um filme realista daqueles que procuram incomodar a plateia.

O resultado final não é uma coisa, nem outra. Como uma obra que trata de maternidade, está próximo do que se espera de uma boa mãe: terno e sensível, mas severo quando necessário.

Foram quatro indicações ao Oscar para “O Quarto de Jack”, número que faz jus a cada um dos responsáveis por fazer dele um belo filme. Primeiro: Emma Donoghue, autora do romance que originou a produção e responsável pelo roteiro, indicado ao prêmio.

A história parte de uma premissa assustadora, uma jovem sequestrada que vive com o filho trancafiada em um quarto. Jack, que acaba de completar cinco anos de idade, jamais teve contato com o mundo exterior.

O que poderia ser uma narrativa dolorosa é revertida com uma técnica bem conhecida de Hollywood: narrar o horror sob o ponto de vista lúdico de uma criança.

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Com essa estratégia definida, sobressai o talento do segundo concorrente ao Oscar: o diretor Lenny Abrahamson, que consegue conduzir a narrativa com sobriedade.

Na primeira parte, quando o cenário se resume a mãe e filho dividindo o cativeiro, o cineasta equilibra a tensão do ambiente com a inocência de Jack.

Quando os dois conseguem escapar do cativeiro, passamos à segunda parte do filme.

É quando mãe e filho tentam se adaptar a uma nova realidade. E aí quem cresce é a terceira indicada e favorita ao Oscar de melhor atriz, Brie Larson.

Com poucos trabalhos de destaque no cinema, ela incorpora de forma extraordinária o papel da mãe dividida entre superproteção, independência e a luta para conseguir manter a sanidade diante de um trauma.

Por fim, o que melhor representa a indicação de “O Quarto de Jack” à estatueta de melhor filme é Jacob Tremblay. É no ator mirim, com seus olhares, sorrisos, no choro e nos acessos de fúria que está a alma de toda a narrativa.

Como o personagem que deixa o quarto para encontrar um mundo vasto, é a partir dele que uma história relativamente simples ganha dimensão exuberante.

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Prodígio

Jacob Tremblay foi eleito o melhor ator jovem no Critic”s Choice Awards. Emma Donoghue, roteirista e autora do livro “Quarto”, derreteu-se em elogios ao garoto, que brincava com seus bonecos Transformers entre as cenas.

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Livro novo

Emma Donoghue investe na carreira de roteirista e adapta outro livro seu para as telas, “Frog Music”, ainda inédito no Brasil. Na sequência, pretende levar ao cinema obras de outros autores – mas não revela quais.

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