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Sumiço da Jules Rimet é romanceado em “O Roubo da Taça” | Divulgação/
Sumiço da Jules Rimet é romanceado em “O Roubo da Taça”| Foto: Divulgação/

“A taça do mundo é nossa/com brasileiro não há quem possa”. Os versos da famosa canção criada para celebrar o primeiro título mundial da seleção brasileira de futebol, em 1958, não poderiam ser mais proféticos. Após o tricampeonato, em 1970, a taça Jules Rimet veio em definitivo para o Brasil. Mas como “não há quem possa” com o brasileiro, ela logo desapareceu, roubada em um roteiro digno de cinema.

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Mais de três décadas após o sumiço do troféu, ocorrido em 1983, o episódio ganha as telas com toques de ficção. Dirigido por Caíto Ortiz, “O Roubo da Taça” narra em tom de comédia uma história que por si só já tinha uma veia cômica. Dois homens levaram o troféu da sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro, onde a vigilância era feita por um único segurança.

Enquanto a taça original permanecia à vista dos ladrões, uma réplica estava guardada em um cofre.

O filme foi exibido no último Festival de Gramado, onde ganhou quatro prêmios, entre eles os de roteiro e ator, para Paulo Tiefenthaler, que interpreta Peralta, mentor do roubo. O nome do personagem é uma das semelhanças com a história real, visto que não se trata de uma tentativa de recontá-la de maneira fiel. “Não tínhamos a intenção de fazer algo documental. A ideia era romancear algo que era inacreditavelmente real”, disse Caíto Ortiz à Gazeta do Povo.

No filme, Peralta é um malandro que vive dar o golpe no emprego e gasta o dinheiro que tem em jogos. Devendo uma bolada, planeja o roubo com o amigo Borracha (Danilo Grangheia). Taís Araújo é Dolores, mulher de Peralta, e Milhem Cortaz o investigador responsável pelo caso. “No início não tínhamos certeza se seria uma comédia. Mas, pesquisando a história, isso se tornou inevitável. É uma história muito louca”, conta o diretor.

Além da estética oitentista, a narrativa aposta em um humor ao estilo das chanchadas e das comédias nacionais da década de 70. “Tivemos um trabalho duro para que o filme tivesse a cara dessa época: a pegada, as cores, a textura, o aspecto machista...eram outros tempos”, diz Ortiz.

Segunda vez

Na vida real, Peralta era representante do Atlético-MG na CBF e tinha trânsito na entidade. Foi preso junto com dois comparsas, Chico Barbudo e Luiz Bigode. Com eles também foi preso o comerciante argentino Juan Carlos Hernandes, que disse ter derretido a taça.

No início do ano, porém, a Fifa anunciou um projeto para tentar descobrir o paradeiro da Jules Rimet, baseada em indícios de que ela não teria sido derretida.

Outro fato curioso envolvendo a taça é que o roubo no Brasil não foi o primeiro. Em 1966, quando estava em exposição em Londres, o troféu sumiu. Dias depois a polícia prendeu o ex-soldado Edward Betchley, que revelou o paradeiro da taça após uma tentativa frustrada de resgate.

Precedente

Vinte anos antes do roubo da Jules Rimet, o cinema brasileiro já havia imaginado o sumiço da taça. Em 1963 foi lançada a comédia “O Homem que Roubou a Copa do Mundo”, de Victor Lima, que trazia Ronald Golias e Grande Otelo como detetives encarregados de encontrar o troféu após seu desaparecimento.

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