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Power Rangers na versão 2017: narrativa ainda mais amorfa | Kimberley French/Divulgação
Power Rangers na versão 2017: narrativa ainda mais amorfa| Foto: Kimberley French/Divulgação

Você pode parar por um minuto e encontrar a explicação lógica: a explosão do universo Marvel trouxe a desculpa perfeita para vestir qualquer pessoa com uniformes coloridos (e, nesse caso, constrangedores) e dar vida a uma já batida narrativa de super-heróis. Mas, mesmo que você esteja preparado para o pior, nada amenizará a sensação de estranheza ao assistir um filme sobre Power Rangers em 2017. Sobretudo aquele que, após quase duas longas horas, é simplesmente terrível.

“Power Rangers” foi um grande sucesso em meados da década de 90 e, com o passar do tempo, acabou perdendo importância na cultura pop. Hoje, acrescentando a história o contexto que o século 21 exige, o diretor Dean Israelite torna a narrativa mais amorfa e fica claro que, apesar do distanciamento, repensar os personagens originais para uma linguagem contemporânea só tornou tudo ainda mais constrangedor. Então temos cinco adolescentes, escanteados no dia a dia em sua pacata cidade e que adquirem superpoderes através de “códigos alienígenas” após quase morrer em uma fuga. E, obviamente, para superar todos os percalços, eles precisam se unir.

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O processo, no entanto, é uma jornada entediante. Além da carga exagerada de dramas escolares, há espaço para bullying, perda de entes queridos e, claro, homossexualismo – afinal, não é possível fazer um filme em 2017 sem levantar ao menos uma bandeira: não importa o quão tola seja sua contextualização, nem o fato de ela desaparecer na mesma velocidade em que foi inserida ou que esteja nítido que ela só foi colocada em pauta para gerar empatia com um determinado nicho de audiência.

Paralelo a isso, se estabelece a mitologia dos Rangers, de forma apressada através de conexões rápidas e superficiais. Mas nem mesmo os atores renomados do elenco conseguem amenizar todos os problemas. Elizabeth Banks, como a vilã Rita Repulsa, tem a pior atuação de sua carreira e (o holograma de) Bryan Cranston, em um futuro não muito distante, provavelmente sentirá vergonha do que protagonizou. Ou talvez seu saldo bancário compense tanto sofrimento.

O melhor momento do longa é quando você percebe que deixaram de lado uma piada sem noção sobre “tirar leite de um boi” após duas ou três tentativas de prolongá-la. Ao final, fica a sensação de que realmente não precisávamos de nada disso: remake, novos super-heróis e, após os créditos, a ameaça de uma continuação – é aí que você finalmente se dará conta que o dinheiro do ingresso desapareceu de sua carteira e aqueles minutos desperdiçados em frente a tela não voltam mais.

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