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Lourinelson Vladimir e Fernando Alves Pinto frente a frente em “Para Minha Amada Morta”. | Rosano Mauro Jr/Divulgação
Lourinelson Vladimir e Fernando Alves Pinto frente a frente em “Para Minha Amada Morta”.| Foto: Rosano Mauro Jr/Divulgação

O grande público pode não ter ouvido falar ainda de Aly Muritiba. Mas o cineasta baiano radicado em Curitiba já foi premiado no Festival de Sundance, teve filme exibido em Cannes e chegou até perto de uma indicação ao Oscar. Nessa quinta (31) ele inicia uma nova e desafiadora empreitada: desbravar o circuito comercial com “Para Minha Amada Morta”, longa que levou sete prêmios, inclusive de melhor diretor, no Festival de Brasília do ano passado e agora estreia nos cinemas (confira salas e horários no Guia).

Nascido em Mairi, no interior da Bahia, Muritiba começou a fazer cinema em 2007, quando fundou em Curitiba a produtora Grafo. Com ela fez o premiado curta “A Fábrica”, que em 2013 ficou entre os semifinalistas para o Oscar de melhor curta-metragem de ficção. No mesmo ano, seu outro curta, “Pátio”, foi o único representante brasileiro na Semana da Crítica de Cannes. Antes disso, o cineasta ganhou os editais que viabilizaram a produção de “Para Minha Amada Morta”.

A odisseia que o protagonista percorre durante todo o filme foi o que me fascinou na história

Fernando Alves Pinto ator.

“A ideia existe desde 2009. Fazer o filme foi superfácil, o difícil de fazer cinema é conseguir o dinheiro”, conta Muritiba. Além do Prêmio Estadual de Cinema e Vídeo, ele também teve o projeto premiado no Festival de Sundance de 2013, levantando assim os recursos necessários para tirar “Para Minha Amada Morta” do papel. Além de Brasília, no ano passado a produção correu os festivais de Montreal (Canadá) e San Sebastian (Espanha).

No filme, o fotógrafo Fernando (Fernando Alves Pinto) não consegue superar a morte da mulher (Michele Pucci) e assiste a vídeos em VHS deixados por ela. Através de um deles descobre que ela tinha um caso extraconjugal e vai atrás do ex-amante, Salvador (Lourinelson Vladimir). Sem revelar quem de fato é, Fernando começa a participar da rotina de Salvador, a mulher (Mayana Neiva) e a filha (Giuly Biancato).

Após a recepção positiva nos festivais, o diretor espera agora conquistar o público em geral. “Por onde passamos o filme tem sido bem recebido e a crítica, generosa. Acredito que ele tem potencial, já que é um filme de autor, mas que também deseja se comunicar com o público. Afinal, não teria nenhum sentido fazer um filme só para mim”, diz.

Diretor faz suspense fora dos padrões e cheio de incertezas

A incerteza é o que prende o espectador do início até o final de “Para Minha Amada Morta”. O personagem central é Fernando, um viúvo incapaz de se desapegar das memórias da mulher. Sabe-se que ela morreu, mas o que aconteceu de fato é um mistério. Logo isso se torna irrelevante diante da descoberta do marido: a mulher tinha um caso com outro homem.

Ao descobrir a identidade do traidor, Fernando vai ao encontro dele. Com que motivação? Vingança? Curiosidade? Arrependimento? O roteiro de Aly Muritiba não entrega nada de bandeja e deixa várias possibilidades em aberto para o espectador.

Com planos longos, o diretor constrói um filme de suspense fora dos padrões hollywoodianos. Mais lento, mais introspectivo, mas não menos envolvente.

AG

Veja o trailer de “Para Minha Amada Morta”:

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