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Spike Lee, diretor de “Malcom X” | Bruce Glikas/FilmMagic/Creative Commons
Spike Lee, diretor de “Malcom X”| Foto: Bruce Glikas/FilmMagic/Creative Commons

Diretor de “Malcom X” e “Faça a Coisa Certa”, ambos sobre conflitos raciais nos Estados Unidos, e homenageado com um Oscar honorário em novembro do ano passado, Spike Lee anunciou nesta segunda-feira (10) que não irá à premiação deste ano.

O boicote é um protesto contra a falta de negros entre os indicados nas categorias de atuação.

Este é o segundo ano consecutivo que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas não inclui atores negros entre os concorrentes ao prêmio. Na semana passada, quando foi divulgada a lista de nomeados deste ano, a hashtag #OscarsStillSoWhite (Oscar ainda muito branco) ganhou força nas redes sociais.

“Nós não podemos apoiar isso”, escreveu o cineasta em um texto publicado no Facebook. “Como é possível, pelo segundo ano consecutivo, todos os 20 candidatos nas categorias de atores serem brancos? E não vamos nem entrar em outros ramos. Quarenta atores brancos em dois anos e nenhuma personalidade. Não podemos atuar?”

A atriz Jada Pinkett Smith (“O Professor Aloprado”) também anunciou, nas redes sociais, que irá vai boicotar a premiação. “Nós somos dignos e poderosos, não vamos esquecer isso”, diz, em vídeo. Seu marido, Will Smith, era um dos cotados à indicação de melhor ator por “Um Homem Entre Gigantes”, mas não entrou na lista.

Batalha real

No texto que publicou nas redes sociais, Lee diz que a “batalha real” pela diversidade no cinema não é contra a postura da Academia, mas sim dos escritórios executivos dos estúdios de Hollywood, das TVs e das redes de televisão a cabo, que realizam os projetos.

“É mais fácil para um afro-americano ser presidente dos EUA do que presidente de um estúdio de Hollywood”, afirma.

Se em anos anteriores nomes como Lupita Nyong’o, Mo’Nique, Octavia Spencer, Forest Whitaker e Denzel Washington se sagraram vencedores no Oscar, no ano passado a omissão do ator David Oyelowo e da diretora Ava DuVernay, ambos de “Selma: Uma Luta Pela Igualdade”, levou à criação da hashtag #OscarSoWhite (Oscar muito branco).

Neste ano, “Straight Outta Compton”, longa sobre a cena do rap dos anos 1980, e “Creed: Nascido Para Lutar”, retomada da franquia “Rocky” com o filho de Apollo Creed como protagonista, foram quase ignorados por completo.

Quase, pois “Compton” foi lembrado pelo roteiro, assinado por quatro escritores brancos, e “Creed” por Sylvester Stallone como coadjuvante - Michael B. Jordan, o ator principal, foi ignorado.

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