• Carregando...
“Deuses do Egito”: estreias ficariam disponíveis no mesmo dia em que nos cinemas, ao preço de 50 dólares (cerca de 180 reais) | Moviestore/REX/Shutterstock/
“Deuses do Egito”: estreias ficariam disponíveis no mesmo dia em que nos cinemas, ao preço de 50 dólares (cerca de 180 reais)| Foto: Moviestore/REX/Shutterstock/

A mais nova tentativa de disponibilizar filmes em casa assim que eles estreiam nos cinemas está encontrando resistência antes mesmo de começar.

Uma iniciativa do cofundador do Napster Sean Parker e que busca apoio de estúdios e salas de exibição para um aparelho eletrônico que disponibilizaria filmes em casa assim que eles fossem lançados nos cinemas foi rechaçada por organizações que representam alguns dos maiores circuitos de distribuição da América do Norte.

A Associação Nacional dos Proprietários de Cinemas afirmou que qualquer decisão para mudar a janela de exclusividade para lançamentos de filmes deve ser decidida por distribuidores e salas de exibição “e não por terceiros”. Uma organização distinta que representa 600 cinemas menores informou que “se opõe firmemente” à iniciativa, que cobraria 50 dólares (cerca de 180 reais) dos fãs para assistir a um lançamento em casa na mesma noite em que ele estreasse na tela grande.

A iniciativa, chamada Screening Room, reiniciou o debate em Hollywood a respeito da janela de cerca de 90 dias, tipicamente concedida às salas de exibição, entre o lançamento de um filme e sua disponibilização em casa. Circuitos de cinemas tais como o Regal Entertainment Group têm lutado contra o gradual avanço sobre o seu domínio de distribuidores digitais como o Netflix, os quais têm tentado quebrar o modelo tradicional de distribuição de filmes.

Mas essa não será uma tarefa fácil para Parker, que sacudiu o mundo da música com o Napster, e seu parceiro na empreitada, Prem Akkaraju.

“Praticamente 100% dessas iniciativas não saíram do chão devido à falta de apoio da indústria de exibição”, disse Eric Wold, analista do banco de investimentos B. Riley & Co.

Oposição

Nenhum representante do Screening Room comentou ainda a notícia, publicada pela primeira vez pela revista “Variety”, de que Parker e Akkaraju teriam abordado estúdios a respeito do serviço e estariam mantendo conversas com a AMC Entertainment Holdings. A AMC ultrapassará a Regal como a maior cadeia de cinemas do mundo se a empresa, controlada por Dalian Wanda Group Co., completar com sucesso sua aquisição da Carmike Cinemas Inc. As três cadeias não teceram comentários.

O serviço cobraria 150 dólares pelo aparelho eletrônico e 50 dólares por filme. Salas de exibição e distribuidores parceiros receberiam uma porcentagem dos lucros advindos do aluguel dos filmes.

Peter Jackson, diretor da série “Senhor dos Anéis”, um patrocinador da iniciativa, disse que o Screening Room iria “expandir a audiência de um filme – e não deslocá-la do cinema para a sala de estar”.

Outros cineastas de gabarito manifestaram sua oposição. O diretor James Cameron, criador da série “Avatar” e de “Titanic”, ficou ao lado dos cinemas.

“É essencial que filmes sejam oferecidos com exclusividade em cinemas inicialmente”, disse o produtor John Landau.

Atualmente, o Prima Cinema é o único serviço de exibição de lançamentos de cinema em casa. Seu equipamento custa 35 mil dólares e o preço do aluguel é de 500 dólares por filme. Universal, Paramount e Lions Gate são os únicos grandes estúdios cujos filmes são disponibilizados pelo serviço.

Entretenimento digital

O Screening Room promete ser mais um serviço revolucionário a mudar o modo como consumimos cultura digitalmente. Relembre outros:

Napster

Criado pelo próprio Sean Parker, junto com Shawm Fanning em 1999, quando a internet dava seus primeiros passos, o programa de troca de arquivos musicais assustou a indústria fonográfica e ajudou a popularizar o formato .MP3.

Netflix

O serviço surgiu no princípio como um sistema de locação de DVDs pelo correio, no qual o cliente podia ficar com o filme pelo prazo que quisesse. Com a migração para o streaming, a empresa ganhou fama pelos próprios seriados.

O crescimento exponencial do Spotify - de 10 milhões de usuários em 2010 para 75 milhões em 2015 - fez com que a empresa despertasse a cobiça de artistas e outras empresas, como a Apple e o rapper Jay-Z, que lançou o Tidal.

Tidal

Uma resposta dos artistas ao Spotify, promete maior remuneração a quem faz as músicas e maior qualidade de som. Tem o apoio de Rihanna, Madonna, Taylor Swift, Usher, Arcade Fire e outros artistas.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]