Para reiniciar os trabalhos da coluna e para começar um ano novo que mereça este nome, uma boa nova daquelas: a Pedreira está de volta.
Após a insólita queda de braço entre o grupo de vizinhos indignados (uma das mais eficazes forças políticas de nosso território e época complexos) e a indústria do showbiz, a Justiça decidiu que está bom para ambas as partes e a cidade poderá usar de novo, para fins laicos, o auditório ao ar livre mais agradável e bonito que eu conheço.
Ainda que a Prefeitura tenha tentado contabilizar o anúncio feito pessoalmente pelo prefeito Gustavo Fruet (PDT), visto que era uma de suas promessas de campanha é certo que não foi "bem assim" neste processo longo, de marchas e contramarchas.
A administração municipal anterior que não olhava a área cultural como quem olha uma prioridade fez uma opção em conceder a gestão do espaço a uma empresa e esta, ao fim e ao cabo, teve o papel fundamental nas negociações. Embora o grupo político da atual administração tenha remado a favor o vereador Johnny Stica (PT) à frente , assim como muita "gente boa da comunidade", o importante é que a "nossa emoção sobreviva", como dizia o poeta.
Abre-se agora o período de apostas sobre os eventos de reabertura que devem acontecer no final de março. Pelo que senti, conversando lá e aqui, devemos ter um show de Roberto Carlos e outro de uma grande banda de rock, daquelas com fãs que esgotam os ingressos e dormem na fila para conseguir se espremer na grande no dia seguinte. Aposto no Metallica, que estará dando sopa no Brasil por aqueles dias.
Paixão
Com a volta da Pedreira, e oxalá dos grandes shows de boa música que ela pode abrigar, risquei o primeiro dos itens que marcara em meu caderninho de coisas que eu gostaria que acontecessem em Curitiba neste 2014. O próximo da fila depende de alguma alma iluminada que decida organizar e lançar uma antologia da espetacular produção do chargista Ademir Paixão (que ontem fez aniversário, vida longa!) em especial para esta Gazeta do Povo.
Turco
Outra grande notícia deste início de ano é que, se a carruagem seguir sua rota, a obra literária de Jamil Snege vai ganhar necessária e caprichada reedição. A torcida é grande na arquibancada dos snegeanos, pois até agora padecemos desta estranha síndrome: indicamos com entusiasmo os títulos de seus livros aos amigos, mas, muito prudentes, não lhes emprestamos os raros e irrecuperáveis volumes.
Oficina
A cada mês de janeiro, acontece em Curitiba um fenômeno quase surreal em sua beleza: as filas, os carros, as brigas de torcida, as tensões e chateações da urbe se não migram todas para um lugar misterioso, ao menos nos dão um bom tempo e abrem lugar para a nossa prestigiosa Oficina de Música.
Alguns dos melhores instrumentistas do mundo ficam homiziados por aqui e o cidadão atento à programação pode ter até três opções diárias de bons concertos.
Nesta segunda quinzena do mês, durante a perna "popular" da festa, também é costume que as aulas e concertos oficiais se convertam em longas e animadas jam sessions noite adentro nos melhores bares e inferninhos da cidade. Como sempre diz o Jr. Ferreira, "rendam-se jovens".
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