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O babaca do bem sou eu. O babaca do bem é você.

O babaca do bem é quem se torna um idiota pelo melhor dos motivos, defendendo as mais nobres “causas”. Ele se torna um babaca do bem só por ter certeza que está certo e, claro, por achar que quem não pensa como ele é um babaca: do mal.

Em tempos de coxinhas e mortadelas, petralhas e helicocas, fascistas e comunistas, Renan e Moro é simplesmente imensa a facilidade de as pessoas deixarem a sua plena e incontornável certeza de terem razão virar uma forma de cegueira, de incapacidade inclusive de levar a sério qualquer “outro” que possa estar embutido nesse sacão que é o “inimigo”…

Aí elas viram babacas do bem. Defendem o“certo”, agindo completamente “errado”.

O FaceBook, então, é o ninho mais fértil. E lá a coisa fica ainda mais complicada porque a gente vai bloqueando os “inimigos”… e acaba ficando numa ilha onde todo mundo tem a mesma opinião. E fica cada vez mais gostoso vomitar fel e chamar todo mundo que ficou de fora do cirquinho de nazista, de robô, de idiota e de verme…

Vejam, literalmente, os “vomitaços”.

Agora, deixa eu te contar uma novidade. Foi assim que a esquerda perdeu o Rio de Janeiro. Foi assim que o mundo do bem viu Trump se eleger. Mantendo absolutamente intacta a certeza de correção moral, filosófica e ética de toda uma classe que estava contra. E que vomitava e vituperava e batia no peito suas certezas e seus ódios.

Quer mudar alguma coisa?

De verdade?

Se prepare pra conversar em vez de sair cuspindo tua irritação e tua frustração nos “idiotas” do outro lado.

Se prepare pra ser menos Malcolm X e mais Martin Luther King.

*

Em tempos de coxinhas e mortadelas, petralhas e helicocas, fascistas e comunistas, Renan e Moro é simplesmente imensa a facilidade de as pessoas deixarem a sua plena e incontornável certeza de terem razão virar uma forma de cegueira, de incapacidade inclusive de levar a sério qualquer “outro” que possa estar embutido nesse sacão que é o “inimigo”

Tempos atrás eu vi um vídeo na internet. Lá nos primórdios do YouTube. E eu nunca esqueci.

Era um vídeo de um “acidente de trânsito”. Um pedestre atravessava a rua e era derrubado por um ciclista. Os dois caíam.

O pedestre levantava e dizia “pô, você estava na contramão!”

Aí o ciclista levantava e dizia “pô, você estava fora da faixa!”

E era isso. Era cem por cento isso. E os dois se cumprimentavam e iam embora. Sem mais cena.

Acho, sincerissimamente, que é disso que a gente precisa. Hoje. Aqui em Pindorama. Menos babacas do bem e mais gente que se enxergue sendo babaca. E se detenha a tempo.

E, que fique claro, falar dessas coisas e dessas necessidades aqui do conforto da minha escrivaninha é mole. Aceitar essa ideia aí do conforto do seu sofá pode ser docinho.

A gente precisa é de gente que levante do tombo de roupa rasgada e joelho ralado e tenha a imensa capacidade de olhar as coisas com frieza, sem demonizar ninguém, vendo os seus próprios erros também em tempo real.

A gente precisa de babacas (somos todos potencialmente babacas) com auto-controle e, sim, humildade.

Um outro tipo de babaca “do bem”.

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