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 | Ricardo Humberto/Especial para a Gazeta do Povo
| Foto: Ricardo Humberto/Especial para a Gazeta do Povo

20 de novembro de 1980. Uma companhia de petróleo instalou uma plataforma de perfuração num lago de três metros de profundidade. Eles tinham sondagens bem confiáveis que demonstravam a existência de reservas confiáveis de petróleo abaixo de um dos cantos do lago.

Só que alguém acabou calculando errado a posição da perfuratriz, e ela terminou atravessando o teto de uma gigantesca mina de sal de três níveis que ficava mais de quatrocentos metros abaixo do fundo do lago. E a tal da água começou a entrar.

Mas aqui a gente precisa de uma notinha sobre a engenharia de uma mina de sal: porque a questão é que à medida que eles escavam, em vez de os engenheiros irem instalando escoras e vigas, eles vão mantendo colunas de sal com função de “arrimo”. Pra sustentar o peso de todas aquelas centenas de solo acima do teto da mina.

Só que, como você e o oceano sabem direitinho, o sal se dissolve muito bem em água. E o vazamento de água doce aos poucos, e antes de alguém poder tomar providências, desintegrou as colunas.

Aí o teto da mina desabou.

E então…. pelo que antes era um furico, uma “goteira”, agora um lago inteiro entrou na mina.

Quem estava olhando de fora nesse momento viu um imenso redemoinho se formar no lago e começar a sugar a plataforma de perfuração, mais de dez barcos e algumas balsas com carros e caminhões. Nas horas e dias seguintes, até uma pequena ilha de 65 acres caiu buraco adentro.

O lago em questão se comunicava com o mar por um canal, mas a mudança do nível da água agora reverteu o fluxo desse canal, e a água do mar invadiu toda a área.

Por alguns dias, essa água que agora entrava criou uma catarata de 45 metros de altura.

Desnecessário dizer que toda a fauna, na verdade todo o ecossistema do lago literalmente foi pelo ralo. Para sempre.

O prejuízo financeiro foi incalculável.

Por sorte (e por pura sorte) ninguém morreu, mas o tamanho da catástrofe é difícil de se avaliar.

Isso aconteceu de verdade, sabe?

E é uma das coisas mais “só no Brasil” que eu conheço.

Foi na Louisiana, nos Estados Unidos.

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