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A nutricionista Gabriela Kapim faz “linha dura” com as famílias, mas aponta caminhos simples para que voltem a comer bem | André Bittencourt/Divulgação
A nutricionista Gabriela Kapim faz “linha dura” com as famílias, mas aponta caminhos simples para que voltem a comer bem| Foto: André Bittencourt/Divulgação

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Socorro! Meu Filho Come Mal

Terças-feiras, às 21h30. GNT.

A nutricionista Gabriela Kapim já teve o nome incluso na lista de "predestinados" do colunista José Simão pelo seu sobrenome ser condizente com a profissão. Piadas à parte, o trabalho que ela tem feito no programa Socorro! Meu Filho Come Mal, cuja segunda temporada está no ar no canal pago GNT, é uma grande prestação de serviço.

A série é uma espécie de reality show que ajuda crianças a comerem melhor e terem mais consciência sobre os produtos alimentícios. Famílias pedem a ajuda da nutricionista, que vai até a casa dos participantes para entender o problema. Geralmente, as queixas são as mesmas: crianças que não experimentam novos alimentos, sobretudo verduras e legumes, ou que já estão viciadas em junk food e não querem saber de outra coisa que não seja refrigerante e alimentos industrializados.

A nutricionista é linha dura: ela traça um plano de ação com toda a família e, logo na primeira visita, faz uma limpa na dispensa, jogando fora biscoitos recheados, chocolates e afins. Também coloca três metas para cumprir: fácil, média e difícil.

Confesso que, às vezes, é um tanto irritante ver como a criançada faz birra para comer um simples prato de arroz com feijão, ou como elas não conseguem ficar sentadas enquanto comem. A nutricionista entra para reensinar o básico, inclusive aos pais: não se pede "por favor" para uma criança comer e, tampouco, se prepara uma refeição separada para que ela coma. Se não quiser, que fique com fome. A estratégia é simples e direta, mas os pais geralmente não conseguem tomar a atitude sozinhos. Com Gabriela, a "bronca" sempre dá certo.

A família toda acaba entrando na dança e a nutricionista não tem dó de dizer aos pais que a responsabilidade maior é deles. Com raras exceções, filhos que comem mal estão em casas em que toda a família não se alimenta bem. É curioso ver pais pedindo "socorro", querendo que os filhos comam verduras e legumes, mas fugindo das folhas como o diabo da cruz. É claro que sem exemplo, a criança se sente no direito de comer o que bem entende.

Receitas

Outro mérito do programa é que Gabriela ensina várias receitas nutritivas, tirando o mito de que comida saudável é "sem graça." Também leva as crianças para passeios que mostram de onde a comida vem, incentiva a atividade física e lembra que hábitos simples que tínhamos no passado, como o de sentar à mesa em família para as refeições, são essenciais, e devem ser resgatados.

No final do programa, ela volta para dar o veredito e ver se a criança, de fato, cumpriu as metas. Mesmo entre trancos e barrancos, as famílias conseguem atingir os objetivos.

Socorro! Meu Filho Come Mal, não poderia estar em exibição em um momento melhor: neste ano, pela primeira vez, estatísticas mostraram que metade dos brasileiros está acima do peso. Entre as crianças, uma em cada três tem sobrepeso – dado proporcionalmente igual ao dos Estados Unidos, o país com a maior população obesa do planeta. O caminho que Gabriela aponta no programa é relativamente simples, mas requer deixar o comodismo das comidas prontas de lado e voltar a dedicar mais tempo para as panelas, e, consequentemente, para os filhos.

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