• Carregando...
Confraria da Costa lança segundo álbum de estúdio "Canções de Assassinato" | Andre Rodrigues/Agência de Noticias
Confraria da Costa lança segundo álbum de estúdio "Canções de Assassinato"| Foto: Andre Rodrigues/Agência de Noticias

O som feio, sujo, malvado ... e ótimo dos piratas

Preparar, apontar e... fogo. Ao som nervoso dos primeiros acordes da Confraria da Costa logo se arma a roda - que parece briga generalizada para os corações mais sensíveis. Como o dos seguranças que na última Virada Cultural usaram spray de pimenta na galera mais entusiasmada. Esses socos e pontapés, porém, não machucam. Como os assassinatos das letras de Ivan Halfon – que assume o posto de grande frontman do rock da cidade. É tão somente o descontrole elegante que a irada (e meio alterada) música dos piratas desperta em quem tem energia para gastar. Algo que com certeza irá se repetir amanhã no Jokers quando a banda lança o seu segundo disco de Canções de Assassinato. A ruidosa performance da banda no palco - herdada da embrionária Gato Preto - é sem dúvida uma das marcas da banda e a parafernália "capa e espada" das apresentações ainda é bem engraçada. Neste segundo disco, aliás, as gravações nos estúdios da Gramophone fizeram mais jus ao clima da banda ao vivo do que o primeiro disco Confraria da Costa, de 2010.

Mas não é justo simplificar a ótima música da banda, formada por cinco músicos muito competentes que juntos acharam um som identificável à primeira nota. Um som que mistura música hebraica, cigana com as valsas bêbadas de Tom Waits. As letras do capitão Ivan, a temática das canções basicamente "beber, cantar e matar em alto-mar" tem uma morbidez irônica muito engraçada e peculiar e também um pouco do punk polaco do Beijo AA Força. A Confraria da Costa já fazia um dos melhores shows de rock na cidade, ao lado dos Penitentes e do Lendário Chucrobilly Man. Agora lançou o melhor disco. (SM)

  • O disco reúne doze faixas do peculiar punk
  • A faixa título dá o tom das letras das outras 11 que falam, na maioria, sobre a
  • Tema do disco é uma brincadeira com a banalização da violência
  • Música que dá nome ao CD faz homenagem ao escritor William Burroughs
  • Neste álbum, a banda conseguiu reproduzir melhor as apresentações ao vivo
  • Novo disco é rápido, intenso e divertido
  • A própria banda financiou o CD

Terra à vista. A catártica banda curitibana Confraria da Costa lança nesta sexta (7) à noite no Jokers seu segundo álbum de estúdio Canções de Assassinato. O disco reúne doze faixas do peculiar punk corsário criado pelos curitibanos e que remete aos sons alcoólicos e violentos do rock arruaceiro do leste europeu entre outras referências. A faixa título dá o tom das letras das outras 11 que falam, na maioria, sobre a "arte de matar".

>> Veja o ensaio fotográfico feito com a banda no Cemitério Municipal

>> Escute a faixa-título do CD "Canções de Assassinato"

Segundo o vocalista e produtor Ivan Halfon o tema do disco é uma brincadeira com a banalização da violência. "A violência gratuita serve muito bem como entretenimento em filmes e nós resolvemos usar isso também na música", disse. As letras, porém, Halfon assegura, falam de assassinato de uma forma divertida. "Abordam temas como vingança, brigas, farras, assassinato, bebedeira, a fossa e a morte. Mas é violência de brincadeirinha, aquela que não dói", explica.

Na letra da canção título, os confrades prometem ao ouvinte que vão "botar uma maçã na sua cabeça para brincarmos de Guilherme Tell". Segundo o letrista e frontman pirata Halfon esta é uma homenagem ao escritor William Burroughs que gostava de brincar com a tragédia.

Em relação ao disco homônimo de estreia lançado há cerca de três anos, as músicas agora são ainda mais rápidas e intensas. As gravações tecnicamente muito mais cuidadas. Neste álbum também, a banda conseguiu reproduzir melhor o "esporro" das apresentações ao vivo. "Nossa intenção é, como sempre, promover o caos", revela Halfon. (leia mais no box)

O resultado é um disco contundente como uma estocada: rápido, intenso e divertido. As letras de Halfon tem rimas improváveis, mas muito bem resolvidas, que não saem do universo rústico de "briga de bar no beco escuro" que marca o som da Confraria da Costa.

Sonoridade, aliás, enganosamente rústica da "música de pirata", incorpora harmonias bem elaboradas e arranjos que além da formação tradicional, que inclui violino, bandolim e bateria, usam instrumentos de bluegrass, como baixo acústico, banjo e washboard. Neste disco, também contou com um piano e um naipe de metais. No show desta sexta (07) à noite, a banda tocará com os arranjos originais do estúdio com a participação dos mesmos músicos convidados que participaram da gravação.

Além da faixa-título, o álbum tem outros vários destaques como a profanadora "Rússia Reversa", a ode ao continente mais importante "Oh Garrafa!" e a dança húngara de Bach em versão hooligan.

Bolso do colete

O álbum foi gravado nos estúdios Gramofone e 8 Sons, em Curitiba, e masterizado em São Paulo. "O fato de Ivan Halfon ter assumido a produção em muito ajudou, pois com um produtor de fora às vezes acabamos saindo da nossa proposta inicial", afirma o violinista Jan Kossobudzki.

A conta saiu dos bolsos do coletes dos "piratas" que tocaram pelo menos uma vez por semana em 2012."Não teve nenhum patrocínio, só no nosso cachê. Literalmente, sumamos para gravar o disco", brinca o violinista se referindo a performance atlética da banda no palco. Confraria da CostaIvan Halfon – flauta, violão e vozMarcelo Stancatti guitarra e bandolimJan Kossobudzki – violinoPantaleoni – baixoAbdul Osiecki – bateria. Serviço Lançamento do álbum Canções de AssassinatoDia 7 de dezembro, às 23h, no Jokers (Rua São Francisco ,164, Centro).

Ensaio fotográfico da Confraria da Costa no cemitério

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]