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O escritor Saramago durante viagem ao Brasil em 2008 | Mauricio Lima/AFP
O escritor Saramago durante viagem ao Brasil em 2008| Foto: Mauricio Lima/AFP

Pensar, pensar...

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Obras Saramago

» Poesia

Os Poemas Possíveis (1966)Provavelmente Alegria (1970)O Ano de 1993 (1975)

» Crônica

Deste Mundo e do Outro (1971)A Bagagem do Viajante (1973)As Opiniões que o DL Teve (1974)Os Apontamentos (1976)

» Viagens

Viagem a Portugal (1981)

» Teatro

A Noite (1979)Que Farei com este Livro? (1980)A Segunda Vida de Francisco de Assis (1987)In Nomine Dei (1993)Don Giovanni ou O Dissoluto Absolvido (2005)

» Contos

Objecto Quase (1978)Poética dos Cinco Sentidos - O Ouvido (1979)O Conto da Ilha Desconhecida (1997)

» Romance

Terra do Pecado (1947)Manual de Pintura e Caligrafia (1977)Levantado do Chão (1980) Memorial do Convento (1982) O Ano da morte de Ricardo Reis (1984) A Jangada de Pedra (1986) História do Cerco de Lisboa (1989) O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991) Ensaio Sobre a Cegueira (1995 - Prémio Nobel da literatura 1998) A Bagagem do vVajante (1996)Cadernos de Lanzarote (1997)Todos os Nomes (1997)A Caverna (2001) O Homem Duplicado (2002) Ensaio Sobre a Lucidez (2004)As Intermitências da Morte (2005)As Pequenas Memórias (2006)A Viagem do Elefante (2008)O Caderno (2009)Caim (2009)

Prêmios

Portugal

» Prêmio da Associação de Críticos Portugueses por A Noite, 1979 » Prêmio Cidade de Lisboa por Levantado do Chão, 1980 » Prêmio PEN Clube Português por Memorial do Convento, 1982 e O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984 » Prêmio Literário Município de Lisboa por Memorial do Convento, 1982 » Prêmio da Crítica (Associação Portuguesa de Críticos) por O Ano da Morte de Ricardo Reis » Prêmio Dom Dinis por O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1986 » Grande Prêmio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1992 » Prêmio Consagração SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), 1995 » Prêmio Camões, 1995

Itália

» Prêmio Grinzane-Cavour por O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1987 » Prêmio Internacional Ennio Flaiano por Levantado do Chão, 1992

Inglaterra

» Prêmio do jornal The Independent por O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1993

Internacionais

» Prêmio Internacional Literário Mondello (Palermo), pelo conjunto da obra, 1992 » Prêmio Literário Brancatti (Zafferana/Sicília), pelo conjunto da obra, 1992 » Prêmio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (APE), 1993 » Prêmio Consagração SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), 1995 » Prêmio Nobel da Literatura, 1998

Frases Saramago

"Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro"

"Das habilidades que o mundo sabe, essa ainda é a que faz melhor: Dar voltas"

"Para temperamentos nostálgicos, em geral quebradiços, pouco flexíveis, viver sozinho é um duríssimo castigo"

"O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas"

"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos"

"O talento ou acaso não escolhem, para manisfestar-se, nem dias nem lugares"

"Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é só um dia mais"

"Há esperanças que é loucura ter. Pois eu digo-te que se não fossem essas já eu teria desistido da vida"

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"

"Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia"

"O espelho e os sonhos são coisas semelhantes, é como a imagem do homem diante de si próprio"

"Fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória"

"Falta-nos reflexão, pensar, precisamos do trabalho de pensar, e parece-me que, sem ideias, não vamos a parte nenhuma"

  • Sua mulher Pilar del Río lê trecho do romance O Evangelho Segundo Jesus Cristo na biblioteca onde o corpo do escritor está sendo velado
  • O escritor José Saramago no dia do seu aniversário de 84 anos em 2006
  • José Saramago durante lançamento do livro
  • O escritor José Saramago conversa com a presidente da Argentina Cristina Kirchner durante encontro em 2007
  • O escritor José Saramago durante uma conferência em São Paulo no ano de 2005
  • O escritor José Saramago no lançamento do filme

O corpo do escritor português José Saramago está sendo velado em uma biblioteca que leva o seu nome na cidade de Tías, localizada na ilha canária de Lanzarote. Ele morreu por volta das 8h (horário de Brasília) desta sexta-feira (18) aos 87 anos, após tomar seu café da manhã ao lado da mulher, a tradutora Pilar del Río.

Ele será levado até o Salão de Honra da Prefeitura de Lisboa em cortejo fúnebre, e deve permanecer até domingo no local, quando será cremado no cemitério do Alto de São João, em Lisboa. A Academia Brasileira de Letras será representada pela escritora Nélida Piñon durante os funerais de Saramago.

A Fundação José Saramago informou em comunicado que o escritor morreu "em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença". "Ele se despediu de uma forma serena e tranquila", diz o anúncio.

Saramago sofria graves problemas respiratórios. Nos últimos anos, o escritor foi hospitalizado várias vezes, após sofrer uma grave pneumonia no final de 2007 e início de 2008.

A Igreja Católica em Portugal lamentou a morte do escritor - ateu e crítico. O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura da Conferência Episcopal Portuguesa, Padre José Tolentino, e o porta-voz da conferência, Padre Manuel Morujão, disseram que o país perde um "expoente" e que a igreja perde um crítico com o qual soube dialogar constantemente. "Seja como for, o diálogo nunca foi cortado e sempre foi possível", disse padre Manuel Morujão.

Velório

O corpo do escritor é velado biblioteca da cidade espanhola de Tías, em Lanzarote. O enterro será em Lisboa em uma data ainda não determinada. De acordo com o site do jornal português "Diário de Notícias", o governo vai deslocar um avião da Força Aérea nas próximas horas para levar o corpo do escritor de Lanzarote para Lisboa, onde ocorrerá outro velório.

De família humilde, José de Sousa Saramago nasceu no dia 16 de novembro de 1922 numa aldeia do Ribatejo chamada Azinhaga, a 100 quilômetros de Lisboa, embora seu registro oficial aponte o dia 18. Filho dos camponeses sem terra José de Sousa e Maria da Piedade, mudou-se para Lisboa aos 2 anos, onde viveu grande parte de sua vida. Foi forçado a abandonar a escola e trabalhar desde cedo para ajudar a família.

Após uma confrontação pública com o governo português, em 1992, mudou-se no ano seguinte para as Ilhas Canárias, onde vivia desde então.

Fascinado pela literatura desde jovem, visitava com grande freqüência a Biblioteca Municipal Central Palácio Galveias, na capital portuguesa. Foi só aos 19 anos, com dinheiro emprestado de um amigo, que conseguiu comprar pela primeira vez um livro.

Ateu, Saramago era membro do Partido Comunista Português. Em 1947, publicou o seu primeiro livro, o romance "Terra do Pecado".

Além de mecânico, o escritor português trabalhou como desenhista, funcionário público, editor, tradutor e jornalista. Trabalhou durante doze anos numa editora, e colaborou como crítico literário na Revista "Seara Nova".

Entre 1972 e 1973, participou da redação do jornal "Diário de Lisboa", onde comentou política e, anos depois, o suplemento cultural. Fez parte também da primeira Associação Portuguesa de Escritores. Em 1975, foi diretor-adjunto do "Diário de Notícias". E desde 1976 viveu exclusivamente da literatura. Também ganhou o Prêmio Camões, o mais importante da literatura de língua portuguesa.

O estilo de Saramago era único na literatura contemporânea. Era conhecido por utilizar frases e períodos longos usando a pontuação de uma maneira não-convencional (aparentemente errada aos olhos da maioria). Em suas obras, os diálogos das personagens são inseridos nos próprios parágrafos que os antecedem, a ponto de o leitor confundir se o diálogo foi real ou apenas um pensamento.

Em alguns momentos, chegou a ser comparado com outro ganhador do Nobel de Literatura o colombiano Gabriel García Márquez, pois alguns viram em Saramago uma pitada do realismo mágico latino-americano, particularmente na estratégia de mesclar personagens fictícios e históricos.

Polêmicas

A carreira de Saramago foi marcada por polêmicas. Suas opiniões pessoais sobre religião e o esforço internacional contra o terrorismo foram rebatidas no mundo. O Vaticano chegou a repudiar a atribuição da honraria de Prêmio Nobel a "um comunista inveterado".

A obra O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991) foi motivo de crítica ferrenha por parte de grupos religiosos que a consideram uma ofensa à Igreja.

O escritor tinha uma posição bem crítica em relação à posição de Israel no conflito contra os palestinos. Em 2003, numa visita a São Paulo, afirmou ao Jornal "O Globo" que os judeus não merecem a simpatia pelo sofrimento que passaram durante o Holocausto. Completou ser abusiva a atitude deles (dos judeus) em esperar o "perdão por tudo o que fazem em nome do que sofreram no Holocausto". "Eles não aprenderam nada com o sofrimento dos seus pais e avós", falou o escritor.

A Anti-Defamation League (ADL), um grupo judaico de defesa dos direitos civis, caracterizou os comentários do escritor como sendo anti-semitas. "Os comentários de José Saramago são incendiários e profundamente ofensivos. sugere um preconceito contra os Judeus", rebateu Abraham Foxman, diretor da ADL.

Em defesa de Saramago, diversos autores afirmaram que ele não se manifestava contra os judeus, mas contra a política de Israel.

Em julho de 2009, o escritor afirmou ao jornal "Diário de Notícias" que os portugueses só tinham a ganhar se Portugal fosse integrado na Espanha.

Obras

Vão-se as polêmicas, fica a obra. Seus trabalhos já foram traduzidos para mais de 20 idiomas. Entre os livros de Saramago estão "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", "Ensaio sobre a Cegueira" e "A Jangada de Pedra". Sua última obra é "Caim", publicado em 2009.

O crítico Harold Bloom qualificou-o como "o escritor de romances mais dotado de talento dos que seguem com vida, um dos últimos titãs de um gênero em vias de extinção".

A citação consta do prefácio de "O Caderno", assinado pelo italiano Umberto Eco.

Neste "Caderno", Saramago reúne texto publicados inicialmente em seu blog. No prefácio, Eco notava que, apesar de já ser fartamente consagrado, Saramago ainda se dispunha a escrever suas reflexões sobre o mundo na internet e a dialogar com os leitores.

No mesmo texto, o pensador italiano lista alguns dos temas presentes na obra de Saramago: os grandes problemas metafísicos, a realidade e a aparência, a natureza e a esperança, e como são as coisas quando não as estamos olhando. Eco arrisca ainda uma entre as muitas definições possíveis para Saramago: um "delicado tecedor de parábolas".

Saramago no cinema

Em 2008, o cineasta Fernando Meirelles fez o filme "Ensaio sobre a Cegueira (Blindness)", baseado no livro homônimo do escritor. A produção abriu o Festival de Cannes do ano em que foi lançada.

No elenco estão os veteranos Julianne Moore, Mark Ruffalo, Danny Glover, Gael García Bernal e a brasileira Alice Braga. O filme foi gravado em Toronto (Canadá), Montevidéu (Uruguai) e São Paulo (Brasil).

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