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Figueiredo assumiu prometendo “prender e arrebentar” quem fosse contra a abertura. Não foi bem assim. | Arquivo/Agência Senado
Figueiredo assumiu prometendo “prender e arrebentar” quem fosse contra a abertura. Não foi bem assim.| Foto: Arquivo/Agência Senado

O fim do Ato Institucional nº 5, em outubro de 1978, trouxe o fim da censura prévia à imprensa e pôs o governo de Ernesto Geisel (1974 - 1979) contra a parede.

O governo viu fluir uma demanda reprimida de críticas e matérias sobre desvios e corrupção.

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Segundo Élio Gaspari em “A Ditadura Acabada”, o presidente da República que se via como paladino da Justiça era acusado de “acobertar esbanjamentos, nepotismos, favores financeiros, concorrências fraudadas”.

As denúncias lembram as que assolam a República em 2016: empreiteiros e multinacionais estariam fazendo “caixinhas” para que deputados votassem com o governo em troca de facilidade para obras e contratos.

Como patrocinador da abertura, o presidente precisou lidar com as denúncias de forma diferente da que teria usado alguns anos antes.

Crise

Outra “novidade” que a liberdade de imprensa trouxe foi a ruína do “milagre econômico”. Se entre os anos de 1969 a 1973 o país se empolgou com um crescimento médio de 11,4%, o cenário seis anos depois era devastador.

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Tido como “mago do milagre”, Delfim Neto voltara ao Ministério da Economia com Figueiredo em 1979 e logo se tornaria vilão nacional.

A situação internacional não ajudava. Em 1979, o aiatolá Khomeini, tomou o poder no Irã, segundo maior exportador mundial de petróleo.

O preço do barril foi de US$ 14 a US$ 34. Os Estados Unidos (maior credor) combateram a própria crise com aumento de juros. O impacto no volume da dívida externa brasileira foi cruel.

De US$ 43 bilhões em 1979, a dívida chegou a US$ 100 bi em 1984. No último ano da ditadura, a inflação era de 224%. Para Gaspari, “o regime que dera ao país o Milagre Brasileiro colocava-o nas cabeceiras do que seriam os anos a década perdida”.

SM
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