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Débora (esq.) e Yara: parceria d e longa data. | Vitor Zorzal/Divulgação
Débora (esq.) e Yara: parceria d e longa data.| Foto: Vitor Zorzal/Divulgação

O espetáculo “Contrações” traz a Curitiba as atrizes Débora Falabella e Yara de Novaes fazendo uma fina sátira do mundo corporativo. A peça entra em cartaz nesta quinta-feira (14) e fica até domingo no Teatro da Caixa.

A direção é de Grace Passô, mineira que esteve em Curitiba durante o último Festival de Teatro e que desponta como excelente artistas em diversas frentes das artes cênicas.

“Contrações” (“Contractions”) é o título enigmático escolhido pelo dramaturgo inglês Mike Bartlett, que em 2008 adaptou sua peça para o rádio sob o nome “Love Contract” (“Contrato de amor”).

É a partir de um contrato corporativo que ele cria a tensão entre uma gerente (Yara) e sua subalterna Emma (Débora), exposta em várias reuniões. Logo no início, a chefe pede que a funcionária leia em voz alta uma cláusula que proíbe aos funcionários qualquer relação amorosa com outro empregado.

Tensão é crescente durante reuniões da dupla.Guto Muniz

SERVIÇO

Contrações

Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Dias 14, 15 e 16 às 20h e 17 às 19h. R$20 e R$10 (meia). Classificação indicativa: 14 anos.

A situação ultrapassa a mera reprimenda e se torna um jogo de manipulação enlouquecedor.

“Contrações” estreou em 2013 e passou por Curitiba no Festival de Teatro de 2014. As duas atrizes dividiram no Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte, o que também ocorreu no Prêmio Aplauso Brasil.

O sucesso é uma das consequências da parceria de longa data entre as atrizes no Grupo 3 de Teatro, fundado por elas e Gabriel Paiva em 2005. A seguir, Débora Falabella conta mais sobre a peça:

O espectador sente raiva das personagens?

Não raiva, mas identificação, com risos nervosos. O oprimido em algum momento aceita a opressão, mas às vezes é porque o mundo capitalista é muito cruel, te coloca numa situação de precisar sobreviver. É difícil sair de um emprego para ter vida própria e não ficar à mercê de chefes autoritários ou de uma situação desagradável.

Como foi a pesquisa para encenar o texto, chegaram a conversar com pessoas do ambiente corporativo?

Fizemos muito isso durante os ensaios abertos, porque as pessoas vinham contar suas histórias. Apesar de a peça ir para o absurdo, elas contavam histórias tão absurdas quanto!

A parceria de anos entre você e Yara de Novaes contribui para alcançarem uma tensão verdadeira na peça?

Tem que se amar muito para se odiar, ter muita intimidade. Ser tão antagônicas e ao mesmo tão próximas. É um embate em cena, e quanto mais intimidade com o parceiro de cena, melhor.

Por que o título “Contrações”?

O título tem essa ambiguidade, de dor, contratação, e uma história da personagem com o filho...

Que outros projetos tem para este ano?

Já gravei uma série que estreia em setembro, “Nada será como antes”, escrita pelo Guel Arraes. É a história de um casal, que se passa no início da televisão no Brasil. E volto em cartaz com a peça “Mantenha fora do alcance do bebê”. Também filmei dois longas: “O beijo no asfalto” e “Todo clichê do amor”.

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