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Luhli: seu violão e as histórias com Ney Matogrosso serão os companheiros de palco | Nadja Naira/Divulgação
Luhli: seu violão e as histórias com Ney Matogrosso serão os companheiros de palco| Foto: Nadja Naira/Divulgação

"Estou assumindo esta relação. Sou a mãe musical do Ney Matogrosso e sempre tratei isso de maneira recatada. Mas agora é momento de dizer que essa história também me pertence", sentencia Luhli ao telefone, minutos antes de embarcar no voo que a traria para Curitiba na tarde de ontem. A cantora, compositora e percussionista apresenta no Teatro da Caixa, na noite de hoje, o show Ney e Eu, em que revela sua ligação musical e "espiritual" de mais de 40 anos com o amigo e intérprete Ney Matogrosso. O espetáculo faz parte do projeto Solo Música.

Sua jornada na música brasileira é curiosa. Antes de compor músicas como "O Vira" e "Fala" – em parceria com João Ricardo e presentes no primeiro disco da banda Secos & Molhados –, dava aulas de violão em uma garagem, no Rio de Janeiro. "Todo mundo se reunia lá. Eu e o Ney tínhamos um amigo em comum e quando nos encontrávamos eu fazia ele cantar", lembra a carioca.

De todos os seus "filhos musicais", como diz, somente Ney lhe dá créditos. A relação dos dois permaneceu, segundo a violonista, porque existem três coisas que os unem: a busca espiritual comum, o amor à natureza e a própria música. "Eu o acompanhei ao violão por oito anos, fazia os arranjos e passávamos tardes inteiras fazendo som, por puro prazer musical. Mesmo que não convivamos juntos, continuamos muito amigos", explica.

Como é de praxe no evento Solo Música, Luhli estará sozinha, acompanhada apenas de seu violão no palco. Além das 14 músicas que integram o repertório – uma delas, "Regando o Mar", é inédita –, um monólogo será apresentado pela artista.

"O show é atemporal e meio teatral porque há um texto que conta as histórias das músicas e da nossa amizade", adianta Luhli. Ney Matogrosso ainda não assistiu ao espetáculo, que estreou no Rio de Janeiro e foi apresentado em Friburgo, cidade onde Luhli reside há dois anos.

A história mais recente da carioca remete à dupla que formou com Lucina por 25 anos. As duas gravaram sete discos e criaram uma carreira que abrangeu tanto espetáculos quanto pesquisas musicais. A parceria acabou há seis anos. Luhli ainda gravou o CD Todo Céu pra Voar, junto com Betti Albano, e mais recentemente um disco-solo que leva o seu nome. Também tem diversas composições gravadas por cantores de renome, como Joyce, Zélia Duncan, Rolando Boldrim, Wanderléa, Tetê Espíndola, Nana Caymmi e Ney Matogrosso, seu principal intérprete.

O fotógrafo Luiz Fernando Borges da Fonseca, marido de Luhli, é o autor de muitas das imagens que ilustram as capas dos discos e do material de divulgação da carreira de Ney Matrogrosso. Falecido, Borges será homenageado no show, com a projeção de algumas de suas fotos em um telão.

Serviço

Série Solo Música – Luhli. Teatro da Caixa (R. Cons. Laurindo, 280), (41) 2118-5111. Dia 9 às 20h30. Ingressos a R$ 10 e R$ 5.

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