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A editora Michelle Strzoda: plano de investir no Leste Europeu | Fabíola Gerbase/Divulgação
A editora Michelle Strzoda: plano de investir no Leste Europeu| Foto: Fabíola Gerbase/Divulgação

Catálogo

Confira a seguir alguns títulos já publicados pela Tinta Negra Bazar Editorial

Contos Mais Que Mínimos

Heloisa Seixas

Coletânea de textos publicados na imprensa paulista, falam de amor, solidão e literatura, com ilustrações de André Beltrão

O Livro da Metaficção

Gustavo Bernardo

Aborda a capacidade da ficção de se duplicar, usando como exemplos os documentários de Eduardo Coutinho, as pinturas de Magritte e vários outros exemplos

Lugar

Reni Adriano

Com inspiração em autores como Guimarães Rosa, estreante narra a história de uma família assombrada pelas tragédias e personagens de uma região sem nome

Metendo o Pé na Lama

Cid Castro

Relato em primeira pessoa sobre o Rock in Rio de 1985, feito pelo publicitário que criou a marca do festival

  • Heloisa Seixas: antologia de contos
  • Ilustração usada pela revista Semana Ilustrada, parte do livro A Vida Literária no Brasil Durante o Romantismo, de Ubiratan Machado

O ano de 2010 deu à luz Tinta Negra Bazar Editorial. A marca carioca é uma aposta do Grupo Gráfico Stamppa, que entra com os dois pés no mercado nacional – além da marca para títulos de ficção e não-ficção, há uma outra voltada para o público infanto-juvenil, a Escrita Fina.

Com projeto elaborado pela editora Michelle Strzoda, a proposta se escancara já no nome "bazar", de raiz oriental, um espaço de troca não apenas comercial, mas também cultural. Os bazares funcionam como uma espécie de símbolo para o mundo atual, cheio de vozes que se encontram o tempo todo.

A arrancada inicial da Tinta Negra Bazar tem cinco títulos (confira quadro nesta página) e, até o fim do ano, a meta é publicar outros 25. Em entrevista por telefone, Michelle fala do projeto com a intimidade e o entusiasmo de quem se envolveu muito e começou a construir a editora toda a partir do chão.

Depois de trabalhar na Casa da Palavra e na Bertrand Brasil – ganhando experiência em áreas como marketing e edição –, ela conversou com Luiz Carlos Gaglianone, da Stamppa, que estava à procura de um "editor jovem". No primeiro contato, ele foi direto, perguntando qual era o projeto dela. Não havia um, mas Michelle levou só uma semana para colocar no papel as ideias que tinha e os planos que elaborava.

Uma delas é dar atenção a autores inéditos, brasileiros e estrangeiros, procurando investir, por exemplo, em nomes atuais do Leste Europeu. Hoje, 15 obras de escritores diferentes estão em negociação.

Michelle é capaz de falar em detalhes sobre todos os livros que saíram e estão para sair. Deste grupo, um destaque é o volume com as memórias de Sérgio Britto, um dos maiores atores do Brasil em qualquer tempo. Com 65 anos de carreira e 86 de idade, ele fez algo em torno de 29 telenovelas, 16 filmes para o cinema e uma lista extensa de peças para o teatro. O Teatro e Eu – Memórias será lançado em maio.

No segundo semestre, ela prepara um livro sobre Ricardo Kotscho, escrito por Mauro Júnior e Roberto de Ponte, ainda sem título. Os autores estão fazendo uma série de entrevistas com pessoas que conviveram com o jornalista – lista que inclui o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Célebre por ter criado um estilo próprio de jornalismo, Kotscho é um dos nomes à frente da revista Brasileiros. Michelle adianta que o livro não será "chapa branca". O personagem-título sabe que a obra está sendo feita, mas é só. Ele não terá influência sobre ela.

No mês que vem, tem início a série de livros sobre filosofia e gastronomia, batizada de Sabores e Prazeres de Epicuro. O primeiro título, Comida e Filosofia, tem apresentação da chef Ro­­berta Sud­­brack. Os textos tratam de temas diversos e criam relações inusitadas – como o que usa Nietzsche para falar de anorexia. Há ainda estudos que sondam os motivos do vegetarianismo e as razões que levam alguém a adorar junk food.

Michelle diz que a Tinta Negra Bazar espera redescobrir autores relegados ao ostracismo. Destes, a editora não disfarça o interesse grande em Umberto de Campos. "Ninguém conhece", diz. O autor, integrante da Academia Brasileira de Letras, amigo de Coelho Neto e criador da primeira revista erótica do país (A Maçã), deixou um Diário Secreto que teve apenas uma edição, nos anos 1950, quase duas décadas depois de sua morte. A relíquia fala de personagens importantes da época e deve ser relançada em breve.

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