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Obras de Esmanhotto prezam pela solidão: “pintei [minhas obras] para alguém olhar e tirar do quadro alguma expressão ou sentimento. E, quando há figuras humanas, acho mais difícil passar um recado” | Reprodução
Obras de Esmanhotto prezam pela solidão: “pintei [minhas obras] para alguém olhar e tirar do quadro alguma expressão ou sentimento. E, quando há figuras humanas, acho mais difícil passar um recado”| Foto: Reprodução

Futuro

Pintor completa 40 anos de carreira e prepara individual em 2015

Além da publicação de um livro compilando suas obras, o pintor Ruben Esmanhotto afirma que pretende elaborar uma exposição individual ainda em 2015, como parte da comemoração de seus 40 anos como pintor. Por enquanto, ainda não há data nem local definidos, mas a ideia é que seja uma exposição individual, que contemplaria também quadros inéditos. Desde que começou a pintar, em 1975, Esmanhotto já apresentou quadros em 24 exposições coletivas, inclusive internacionais, como na França e no Japão. Das 20 individuais, a última foi em 1998, no Memorial de Curitiba.

Um dos principais artistas plásticos paranaenses surgidos da década de 1970, Ruben Esmanhotto diz ter obsessão pela pintura. Esse desejo contínuo de pintar fez o curitibano abdicar da carreira de engenheiro e assumir telas e pincéis como instrumento de trabalho, empreitada que, em 2015, chega aos 40 anos e a um conjunto aproximado de três mil obras.

Parte de sua criação, que contempla o universo de casarões antigos da capital e outros elementos, como natureza-morta e ambiente marinho, está agora em um livro publicado para comemorar os 40 anos de carreira como artista plástico.

O volume, intitulado de O Momento Suspenso, é considerado uma retrospectiva de todo o trabalho de Esmanhotto, e traz as peculiaridades da paisagem urbana fundidas a um ar de introspecção e mistério, as características mais relevantes de seus quadros.

Ao todo, foram duas mil cópias impressas do livro, produzido pela Lei Rouanet, com patrocínio da Copel, Compagas e Souza Cruz. Pela pouca quantidade, não serão postos exemplares à venda, mas a maioria deles será distribuída em escolas e espaços culturais de livre acesso ao público espalhados por todo o estado.

Liberdade

Segundo Esmanhotto, a compilação das obras para marcar uma data significativa de sua carreira deve representar mais do que uma retrospectiva dos passos na pintura – capricho carregado desde a infância, quando os desenhos figuravam apenas como passatempo natural de criança.

"Com o livro, eu me sinto mais livre para experimentar outras linguagens. Porque, caso essas linguagens me satisfaçam, é por aí que vou continuar pintando", explica o artista, que considera a pintura como "uma expressão de liberdade".

"Para pintar do meu jeito eu preciso de tela e tinta. Do que eu menos preciso é conceitos", afirma.

Reconhecidas por cenários misteriosos e solitários, as obras de Esmanhotto são essencialmente atemporais, colocando o observador num momento de espera e apreensão pelo que pode acontecer.

Quase sempre sem retratos humanos, os quadros do artista curitibano também prezam pela solidão, refletida na fixação de um objeto, quase sempre, ausente de cenário. "Eu pintei para alguém olhar e tirar do quadro alguma expressão ou sentimento. E, quando há figuras humanas, acho mais difícil passar um recado, principalmente porque estarei datando a imagem", diz.

Ao analisar o conjunto de sua obra, Esmanhotto expressa satisfação, embora admita ainda ter que evoluir como artista. Para ele, a euforia da profissão que carrega por 40 anos se resume a um momento único: ao de achar, em cada quadro, a solução para a pintura perfeita.

"É como se fosse uma fórmula matemática que tem de ser resolvida. Tem sempre alguma coisa no quadro que não fica bom, e você precisa descobrir o que é. Eu não lido com pessoas, mas lido com psiquê de objetos, e encontrar uma solução que equilibra é o grande prazer".

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