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Documentário reconstitui vida e época de Cartola

O filme chama a atenção para o detalhe de que o sambista nasceu, por coincidência, no mesmo ano em que morria Machado de Assis, apontando para as semelhanças e diferenças na vida e na carreira dos dois. Enquanto Machado nasceu pobre, foi adotado e ascendeu socialmente, Cartola nasceu na classe média, no bairro do Catete, mas depois conheceu a miséria em mais de um momento na vida.

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"Cartola - Música para os olhos", de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda, chega aos cinemas esta sexta-feira dando partida ao processo que será movido por Ronaldo Silva de Oliveira, filho adotivo do compositor. Conforme publicado na coluna Gente Boa do jornal O Globo, Ronaldo reclama parte do dinheiro recebido pela família de Glória Regina, filha de Dona Zica.

"Eles ganharam R$ 100 mil. Ela não é filha do Cartola, e sim do primeiro casamento da Zica. Eu deveria ter direito a 75% de tudo", disse Ronaldo à coluna.

Hoje, Ronaldo, motorista, recebe 25% dos direitos autorais do músico. Dos valores pagos pelos direitos do filme, ele não recebeu nada.

A briga na família começou depois da morte de Dona Zica, em 2003. Ronaldo e Nilcemar Nogueira, a neta de Zica que está à frente do Centro Cultural Cartola, não se falam.

"Não há reconhecimento, ele não ganhou. Tudo foi deixado em testamento. É muito claro", diz Nilcemar, que acusa o tio de assim, com a briga, desrespeitar a imagem de Cartola. "Ele não honrou o nome que recebeu. Quer aparecer".

"Cartola - Música para os olhos" não está ameaçado de ser retirado dos cinemas. A briga é entre a família. Além das imagens estilo docudrama, o filme traz imagens de arquivo, muitas delas obtidas no Museu da Imagem e do Som.

Segundo a produtora do filme, Clélia Bessa, a questão dos direitos de imagem foram as mais complicadas. "Tivemos que conseguir autorização de todas as pessoas e herdeiros dos que aparecem em cada fotograma. A família mais difícil de encontrar foi a do Zé Ketti".

Foram cinco anos de negociação de direitos e três para fazer o filme.

"Espero que este filme provoque iniciativas para a comemoração do centenário de nascimento do Cartola", disse o diretor Lírio Ferreira.

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