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A Fita Branca ganhou o prêmio mais importante do Festival de Cannes, a Palma de Ouro, em 2009 | Divulgação
A Fita Branca ganhou o prêmio mais importante do Festival de Cannes, a Palma de Ouro, em 2009| Foto: Divulgação

Se tudo der ocorrer conforme as previsões da crítica internacional na noite de hoje (tarde de domingo no Brasil), quando o júri presidido por Isabelle Huppert anunciar os vencedores do 62º Festival de Cannes, a Palma de Ouro deve ir para o francês Un Prophète, de Jacques Audiard, ou para o alemão Das Weisse Band, de Michael Haneke – isso se o fato de a atriz ter trabalhado com ele em A Professora de Piano não atrapalhar.

Os dois foram os filmes que mais se aproximaram da unanimidade na competição. Un Prophète (o profeta) foge dos estereótipos ao falar de Malik (Tahar Rahim), um jovem de ascendência árabe que vai preso e constrói sua identidade dentro da cadeia, navegando entre vários grupos rivais. O longa é forte, visualmente instigante, e tem no novato Tahar Rahim um grande candidato ao prêmio de melhor ator.

Com Das Weisse Band (a fita branca), Haneke volta a tratar de violência e culpa, desta vez numa vila protestante na Alemanha de 1913, poucos meses antes do estouro da Primeira Guerra. Uma série de eventos estranhos acontece e parece estar ligado às muitas crianças do local, tratadas com severidade e frieza pelos pais – um fazendeiro, um pastor, um barão, entre outros –, numa sociedade cujo modelo está prestes a ser substituído por outro. Mas a obra quer discutir como repressão e absolutismo resultam em terrorismo, além de falar de um criadouro propício para o surgimento nazismo. Sem abusar do sangue que o próprio cineasta já usou em outros trabalhos, o filme, rodado em preto-e-branco, é cheio de violência, principalmente verbal.

Caso o júri esteja num espírito mais pop, Quentin Tarantino pode ter boas chances com Bastardos Inglórios. Sua fábula de vingança dos judeus contra os nazistas é uma grande homenagem ao cinema: num filme, diz o cineasta, pode-se reescrever a história. Christoph Waltz, como o coronel Hans Landa, também tem chances de vencer o troféu de melhor ator.

Entre as mulheres, a disputa está mais equilibrada. Abbie Cornisth deixou boa impressão por sua desbocada e romântica Fanny em Bright Star (de Jane Campion), enquanto Charlotte Gainsbourg mostrou coragem em cenas de sexo, violência e automutilação em Anticristo. Penélope Cruz (leia reportagem acima) está em grande momento e pode levar por Los Abrazos Rotos.

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