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Guitarrista Christian Andreu, durante apresentação do Gojira, no Rock in Rio | PILAR OLIVARES/REUTERS
Guitarrista Christian Andreu, durante apresentação do Gojira, no Rock in Rio| Foto: PILAR OLIVARES/REUTERS

Primeira banda no Palco Mundo neste sábado (19), Gojira, a francesa com nome de monstrengo japonês, mostrou que a linguagem do metal é universal -e pontuada com um “fucking” (perdoem o francês deles) a cada frase.

Se o público estivesse “fucking” legal, eles tocariam “fucking” músicas como “The Axe” (o machado) e “Heaviest” (o mais pesado).

Todos pareciam de “fucking” acordo, batendo cabelo e formando no meio da plateia uma ou outra rodinha -empurrões trocados entre garotos (meninas são raridade) quando câmeras da imprensa se aproximavam, num espetáculo tão violento e espontâneo quanto luta livre ensaiada para horário nobre de TV.

No fundo, todos sabiam que Gojira era aquecimento para um público à espera do Metallica, a atividade-fim da maioria na audiência. Fizerem mais do que servir de sopa para o prato principal que ainda demoraria.

Entraram em ação às 19h05, após o costumeiro espetáculo de fogos que inicia o palco mais importante do Rock in Rio. Tinham credenciais para empolgar: já abriram shows do Metallica e seu líder, Joe Duplantier, já tocou baixo num álbum do Cavalera Conspiracy, dos irmãos Max e Iggor.

Havia referências naquele pancadão progressivo e melódico que podem ter passado despercebidas para os metaleiros.

Algumas canções vieram de “L’Enfant Sauvage” (2012), álbum com o qual o Gojira levou o metal “para um plano superior de brilhantismo”, segundo o jornal inglês “The Guardian”.

O título remete a um filme clássico do conterrâneo François Truffaut (1932-1984). “O disco é como um humano crescendo na natureza, criado por lobos, por exemplo, sem influência da sociedade em geral”, disse Duplantier à uma revista sueca de metal, em 2012.

A preocupação com o meio ambiente é um fator no mínimo curioso para um estilo associado a vísceras, caveiras e rock mais pesado que bigorna da Acme. Sim, o Gojira quer salvar baleias. Literalmente.

Os franceses têm músicas como “Global Warming” (aquecimento global). Não dá para dizer que fizeram a parte deles nesta noite: definitivamente, incendiaram a plateia. “Fucking” ponto para eles.

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