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CD 1

A Música de Astor Piazzolla (foto acima)

Marcelo Costas. Biscoito Fino. Preço médio: R$ 34,90. Tango.

Alguns dizem que Astor Piazzolla (1921-1992) fez o que fez somente para si. Que não há ninguém capaz de tocar Piazzolla como... Piazzolla. O pianista e fagotista Marcelo Costas, também argentino, mas radicado na Holanda, comprova que a teoria é quase certeira já que, como ele, são poucos os que recriam a música do argentino com a vivacidade que lhe é característica.

Todas as nuances das composições originais são relembradas. Há o vanguardismo, sugerido pela mescla entre o jazz e a música clássica com o ritmo tradicional – no caso o tango –; mas há também o suingue próprio de Costas e da excepcional Big Band Tan­­go que o acompanha. Basta ouvir a bela re­­leitura de "Fu­­ga y Misterio" para saber do que se trata.

O disco celebra 12 músicas, todas compostas por Piazzolla com exceção de "Ciudad Triste", de Osvaldo Tarantino. Os arranjos são de extremo bom gosto e as variações musicais presentes em "Los Poseídos", por exemplo – característica do compositor argentino – são ainda mais marcantes. Tocar Piaz­­zolla não é para qualquer um, mas, com o perdão do trocadilho, Marcelo parece o fazer com um pé nas costas.

Livro

Cidade Livre (foto 1)

João Almino. Record, 240 págs. R$ 39,90. Romance.

O escritor João Almino, conhecido por escrever ficções sobre Brasília (a exemplo de O Livro das Emoções), acaba de lançar Cidade Livre, romance que tem como pano de fundo o período que antecedeu a inauguração da capital federal, no final da década de 1950.

A narração simula o relato que o narrador, um jornalista, teria feito em um blog. Nos tempos em que os candangos construíam os palácios de Brasília, o sujeito que narra, identificado como João, presenciou, com olhos de menino, os bastidores de uma guerra em busca do lucro fácil, batalha disputada por empreendedores.

A Cidade Livre era um espaço temporário, onde os homens que construíram Brasília viviam, e desde sempre um cenário de casas de madeira e teto de zinco destinado a sumir ou virar favela.

O livro foi dividido em sete capítulos, como se fossem sete dias e noites. O resultado final chama atenção pelo fato de o autor, um romancista tradicional, ter experimentado uma linguagem que dialoga com o tempo presente, fragmentado, em ziguezagues do hoje para o futuro e do amanhã rumo ao ontem.

CD 2

Fables of Reconstruction: 25th Anniversary Edition (foto 2)

R.E.M. EMI. Importado. Preço médio: US$ 30. Rock.

Lançado originalmente em 1985, o terceiro álbum do R.E.M. revela uma banda passando pelo período mais produtivo de sua história e tentando fazer diferente. A começar por questões geográficas: ao invés de gravar as canções em sua cidade natal Athens, Geórgia (EUA), onde registraram os dois primeiros discos, Michael Stipe e companhia partiram para a Inglaterra, para trabalhar sob a produção de Joe Boyd.

Quanto à sonoridade, o que se ouve são faixas mais soturnas do que de costume, a começar pela abertura "Feeling Gravity’s Pull" e a pós-punk "Old Man Ken­­sey", que lembra Joy Division. Mas o pop característico que viria a consagrar a banda pouco tempo depois já vinha sendo lapidado, co­­mo provam os singles "Driver 8" e "Can’t Get There from Here", que levaram o álbum à 28.ª posição da Billboard naquele ano.

Completando 25 anos de idade, Fables of Reconstruction agora chega ao mercado em nova edição. O disco original foi digitalmente remasterizado e vem acompanhado de um segundo CD bônus, com as demos que serviram como pré-produção para o trabalho, essas sim, gravadas em Athens, antes de a banda seguir rumo ao velho continente.

No meio delas, estão a lado-B "Bandwagon" e as sementes de "Hyena" e "I Believe" (aqui batizada de "Throw Those Trolls Away"), que viriam a integrar o quarto disco da banda, Lifes Rich Pageant (1986). O pacote luxuoso inclui ainda uma caprichada caixa, um pôster da banda, quatro cartões-postais e um encarte generoso.

Exposição

Miguel Bakun – Na Beira do Mundo (foto 3)

Museu Oscar Niemeyer (r. Mal. Hermes, 999), (41) 3350-4400. De terça a domingo, das 10 às 18 horas. R$ 4 (adultos), R$ 2 (estudantes) e livre (crianças de até 12 anos, maiores de 60 anos e escolas públicas pré-agendadas). Até 15 de agosto.

O Museu Oscar Niemeyer (MON) abriga pelas últimas semanas a exposição Miguel Bakun – Na Beira do Mundo, que marca as comemorações do centenário de nascimento do artista paranaense, que se suicidou em 14 de fevereiro de 1963. A obra deste filho de imigrantes ucranianos que pintou o Paraná em uma paleta de cores quase invariável – entre o amarelo, o azul, o verde e o branco – é apontada como uma das mais significativas contribuições da arte do estado ao modernismo brasileiro.

As cerca de 70 obras em exibição abrangem 30 anos da produção do artista nascido em Mallet, sudoeste do Paraná, desde meados dos anos 1930, até 1963. Há pinturas de fundos de quintal e arredores de Curitiba, pinheiros e matas, marinhas, dois autorretratos e uma série de desenhos. Algumas ainda pouco conhecidas do público, como a obra Seleções.

Os curadores da mostra, a artista plástica Eliane Prolik e o crítico Ronaldo Brito, também assinam o livro com o mesmo nome da exposição, com imagens de 60 obras de Bakun, textos analíticos e um ensaio de 1976, escrito pelo crítico e artista plástico Nelson Luz, morto em 1977.

Tevê paga

The Middle e Men of a Certain Age (foto 4)

Warner Channel. Terças-feiras, às 21h30 e 22 horas, respectivamente. Comédia.

Enquanto não começam as novas temporadas das séries consagradas, o Warner Channel deu dois tiros certeiros com duas no­­vidades: Men of a Certain Age e The Middle – duas tramas de rachar o bico, ambas exibidas às terças-feiras.

A bem-sucedida dupla de Everybody Loves Raymond – Ray Romano (protagonista) e Mike Royce (autor) – volta a unir forças em Men of a Certain Age. Ago­­ra, Ray encarna Joe, o dono de uma loja de artigos para festas obcecado por golfe e apostas. A mania de apostar, aliás, o faz perder a mulher – por quem ele é apaixonado e faz de tudo para recuperar.

A história tem como ponto de partida a amizade dele com ou­­tros dois quarentões, Owen (Andre Braugher) e Terry (Scott Bakula). Os três são inseparáveis desde a época da universidade. Owen é bem casado, pai de três filhos lindos, mas trabalha na concessionária de carros do pai – que não está muito satisfeito com seu desempenho. E Terry é o único solteiro do trio, um ator medíocre mas que ainda consegue atrair garotinhas de 20 anos. A maneira como a crise da meia-idade atinge esses três personagens tão distintos garante boas risadas.

The Middle, por sua vez, recorre à infalível receita de uma família não muito convencional. A mãe, Frankie Heck (Patrícia Heaton), uma heroína do lar que se divide entre o trabalho como vendedora de carros; o pai, Mike (Neil Flynn) e os três filhos: o esportista Axl (Charlie McDer­­mott), a dispersa Sue (Eden Sher) e o estranhíssimo caçula Brick (Atticus Shaffer). Vale a pena dar uma espiada...

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