• Carregando...
 |
| Foto:

ExposiçãoImpressionismo: Paris e a Modernidade – Obras-Primas do Museu d’OrsayCentro Cultural Banco do Brasil – São Paulo (R. Álvares Penteado, 112 – Centro), (11) 3113-3651. De terça a quinta-feira, das 10 às 22 horas; sexta-feira, das 10 às 23 horas; sábado e domingo, das 8 às 23 horas. Até 7 de outubro. Entrada franca.

As longas filas em forma de caracol na Rua Álvares Penteado, no centro de São Paulo, podem assustar os desavisados, mas nem a longa espera desanima aqueles que querem apreciar as pinturas que compõem a exposição Impressionismo: Paris e a Modernidade – Obras-Primas do Museu d’Orsay. Ocupando todo o espaço do Centro Cultural Banco do Brasil, a seleção com 85 pinturas impressionistas do acervo do museu francês, atrai desde experts em artes plásticas até famílias inteiras, que não querem perder a oportunidade de ver de perto – e sem custos – obras de grandes mestres da pintura. Até o momento, a mostra já foi vista por mais de 200 mil pessoas. Os quadros foram distribuídos em salas do subsolo ao quarto andar do prédio e estão divididos em seis módulos: Paris: A Cidade Moderna, A Vida Urbana e Seus Autores, Paris É uma Festa, Fugir da Cidade, Convite à Viagem e A Vida Silenciosa.

Apesar de os visitantes ficarem pelo menos duas horas esperando para entrar no prédio, a exposição é a chance de ver, no mesmo local, belas pinturas de grandes artistas como Claude Monet, Edgar Degas, Edouard Manet, Henri Toulosse-Lautrec, Paul Cézanne, Paul Gauguin, Pierre-Auguste Renoir e Vincent Van Gogh, entre outros. Além dos clássicos – como "O Tocador de Pífaro", de Manet, recusado no Salão Oficial de Paris de 1867, e de alguns quadros da série pintada por Monet em sua propriedade de Giverny – há gratas surpresas de artistas menos conhecidos. É o caso de "O Castelo dos Papas" (foto), de Paul Signac, com sua técnica de pontilhismo.

Preste atenção: O tempo de espera para ver a exposição é grande, então vale a pena se proteger bem do sol e levar água e petiscos para aguentar firme na fila. Nos dias 5 e 6 de outubro está programada mais uma "virada impressionista", quando a mostra ficará aberta durante a madrugada de sexta-feira para sábado. De 22 de outubro a 13 de janeiro, a exposição ficará em cartaz no CCBB do Rio de Janeiro.

LivroNoites AzuisJoan Didion. Tradução de Celina Portocarrero. Nova Fronteira. 144 páginas. R$ 29,90. Autobiografia/Ensaio.

Noites Azuis, mais recente livro da jornalista, roteirista e escritora norte-americana Joan Didion, não é uma narrativa fácil de encarar. Fala de morte e de como lidar com o trauma da perda, temas que não são dos mais palatáveis, ainda mais em tempos nos quais há uma certa ditadura da felicidade em voga. Antes desse volume, Joan havia escrito O Ano do Pensamento Mágico (2006), sobre o período que se seguiu ao falecimento do homem com quem viveu por quase 40 anos, o também escritor John Gregory Dunne, que sucumbiu, na mesa de jantar, em 2003. A obra fez um sucesso inesperado no Brasil, onde vendeu 100 mil exemplares. Nessa espécie de continuação, ela fala de outro golpe traumático, tão ou ainda mais terrível: a perda de sua filha Quintana, que morreu, depois de meses com complicações de saúde cujos detalhes Joan escolhe não explicar, aos 39 anos.

Por que ler? Hoje aos 77 anos, Joan se faz uma pergunta, ao longo de Noites Azuis, tão inevitável quanto angustiante: "O que fazer quando você é a que resta?" No caso dela, resolveu escrever, resgatando os momentos felizes ao lado da filha, lembrando sua infância na Califórnia, do belo casamento realizado em Nova York, poucos anos antes de cair doente. Mas, como em O Ano do Pensamento Mágico, a escritora também se recusa a adotar um tom nostálgico e lamuriante, ou mesmo sentimental. Prefere compartilhar com seus leitores, de maneira sóbria, ainda que muito tocante, a perplexidade de se ver ainda mais só. De sobreviver às pessoas que mais amou na vida. E de pensar no que fazer com o tempo que lhe resta.

LivroManifesto do Partido ComunistaFriedrich Engels e Karl Marx. Tradução de Sérgio Tellaroli. Penguin-Companhia, 112 págs., R$ 14,50. Sociologia.

Reunidos em Londres, os teóricos alemães Karl Marx e Friedrich Engels encontraram-se com comunistas de vários países para redigir o Manifesto do Partido Comunista, publicado pela primeira vez em 21 de fevereiro de 1948, em cinco idiomas. Mais do que explicitar as diretrizes do partido e seus planos para o mundo, a obra, curta em sua extensão, porém gigantesca em seus desdobramentos, faz um apanhado da história primordial do capitalismo, contado a partir da queda dos territórios feudais da Europa medieval e a criação do mercado e da sociedade de consumo.

Por que ler? A leitura do Manifesto do Partido Comunista permite entender as crises que o atual sistema econômico vem sofrendo nos últimos anos, e possibilita ao leitor uma melhor compreensão da sociedade para a qual contribui. A nova edição do texto traz uma tradução direta do alemão, os vários prefácios escritos por Marx e Engels para edições em outros países e um posfácio do filósofo marxista americano Marshal Berman.

CD 1Tropicália Lixo LógicoTom Zé. Independente. R$ 24,90. MPB.

Depois de lançar discos conceituais que marcaram a música brasileira – como o clássico Estudando o Samba, de 1976, e os mais recentes Estudando a Bossa (2008) e Estudando o Pagode, (2005) – Tom Zé se debruça sobre o tropicalismo em seu novo disco, Tropicália Lixo Lógico, que tem participação de convidados como Mallu Magalhães, Emicida e Rodrigo Amarante (Los Hermanos).

Por que ouvir? Tom Zé, embora considerado um dos "malditos" da MPB, foi um dos principais nomes do tropicalismo, que explica e biografa nas canções do novo CD (ouça "Apocalipsom").

Para Caetano Veloso, em sua coluna jornal no jornal carioca O Globo, Tom Zé foi quem realizou as obras mais ambiciosas no sentido de caracterizar a Tropicália. O novo disco, em sua opinião, também seria o melhor desde a redescoberta de seu autor. Ratificação que, vinda de um dos principais idealizadores do movimento, acrescenta ainda mais peso ao disco – ainda que este se sobressaia por seu próprio vigor criativo e pela qualidade cativante de suas canções.

CD 2BeaconTwo Door Cinema Club. Kitsuné Music. R$ 29,90. Rock.

A banda de rock britânica Two Door Cinema Club, formada em 2007 e que estourou na internet dois anos depois com o lançamento da música "Something Good Can Work", continua fiel as suas características mais marcantes – um rock dançante e alegre – no recém-lançado Beacon, que sai novamente pela gravadora francesa Kitsuné, responsável pelo álbum de estreia do grupo, Tourist History, em 2010.

Mesmo com algumas letras um pouco mais "crescidas" e com outras faixas que deixam o tom feliz um pouco de lado, a banda mantém seus elementos de identificação, o que é ótimo, já que é impossível não perceber logo nos primeiros segundos da faixa introdutória, "Next Year", que se trata de Two Door. A produção é de Jacknife Lee, que já trabalhou com grandes nomes da música pop, como R.E.M. e U2, e também produziu outros grupos que ganharam a simpatia principalmente do público mais jovem, como Green Day e Bloc Party.

Não deixe de ouvir: a quinta música do disco, "Someday". Sem dúvida, se as quatro primeiras faixas não empolgarem tanto, a música impulsiona a continuar escutando o álbum até o fim.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]