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sitePortal Portinariwww.portinari.org.br

Apesar da relevância da obra de Candido Portinari (1903-1962), os brasileiros não têm um acesso tão fácil às suas criações, já que cerca de 95% do seu acervo está com colecionadores particulares. Porém, a partir da última quinta-feira, todos os trabalhos de Portinari estão disponíveis virtualmente no Portal Portinari – são 5,1 mil obras catalogadas do artista, projeto comandado pelo filho do pintor, João Candido Portinari. O material foi dividido por períodos de produção do artista, acompanhado por uma linha do tempo que conta os fatos mais relevantes ocorridos na década. Além das imagens de quadros famosos, há ainda diversos retratos (e seus respectivos estudos), de personalidades brasileiras como Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros, autorretratos, e desenhos de seu pai e de sua mulher, Maria. Textos com apresentação, biografia e bibliografia sobre o pintor também estão no portal.

Visite: A sessão Fortuna Crítica. Foram elencados diversos depoimentos sobre Portinari feitos ao longo de sua vida por pessoas como os escritores Jorge Amado e Rachel de Queiroz e Jean Cassou, que foi diretor do Museu de Arte Moderna de Paris, e chamou o pintor de gênio em uma exposição feita em Paris, no ano de 1946.

Livro 1Um Lugar na Janela: Relatos de ViagemMartha Medeiros. L&PM Editores, 192 págs., R$ 19,90. Contos e crônicas.

Não espere as tradicionais crônicas da escritora gaúcha, que deixam a gente pensando dias no assunto, com aquele texto que transpira criatividade para falar das coisas mais triviais e corriqueiras do mundo. O novo livro de Martha Medeiros é diferente, o que não quer dizer ruim. Um Lugar na Janela: Relatos de Viagem é um apanhado de histórias de aventuras da autora pelo mundo.

Por que ler? Já nas primeiras páginas, ela anuncia que o propósito do livro não é ser um guia. Portanto, não espere dicas de lugares, indicações de pechinchas ou sugestões de pontos turísticos imperdíveis. Aliás, está aí uma das grandes sacadas do livro. Contando um pouco da experiência que já teve em vários países, focada no seu estado de espírito ou na sua companhia de viagem, Martha desperta a curiosidade para alguns lugares especiais. O texto continua bom como sempre. Linhas leves, bem escritas e com um bom humor sutil e agradável.

Livro 2Breve História da CelebridadeFred Inglis. Tradução de Eneida Vieira Santos e Simone Campos. Versal Editores. 333 págs., R$ 53.

O inglês Fred Inglis é um nome importante dos Estudos Culturais, disciplina que tomou forma em universidades britânicas e que produz interessantes estudos sobre a vida do ser humano dos séculos 20 e 21. A editora carioca Versal é a primeira a publicar uma obra dele no Brasil. O tema é um fenômeno que tomou proporções gigantescas nas últimas décadas: as celebridades. Inglis faz um estudo acadêmico sobre o interesse público pela vida de certas pessoas famosas incluindo tudo que estas vidas têm de extraordinário, mas também os aspectos mais banais. A celebridade, garante ele, não é um fenômeno novo, surgido com o cinema ou com a televisão, mas existe há pelo menos 250 anos e envolve a mistificação de pessoas e lugares (algumas cidades também se tornam celebridades, coloca Inglis).

Por que ler? Entender o interesse pela vida de algumas figuras públicas é entender a sociedade de cada época. A celebridade espelha o melhor e o pior do público que atrai. Seja por identificação ou por rejeição, procura-se no outro algo que temos em nós. Inglis aborda o fenômeno cultural e também os sentimentos que movem estas obsessões.

DVDPrimavera para uma SolteironaReino Unido, 1969. Direção de Ronald Neame. Classicline. Classificação indicativa: 14 anos. Preço médio: R$ 34,90. Drama.

O sucesso da série Downton Abbey e da comédia O Exótico Hotel Marigold fez com que a carreira da veterana atriz britânica Maggie Smith, que nunca deixou de trabalhar, ganhasse um novo e inesperado impulso, aos 78 anos. Assim, é mais do que natural que o público tenha a curiosidade de assistir a Primavera para uma Solteirona, filme que lhe deu, em 1969, o seu primeiro Oscar, de melhor atriz – ela ganharia outro, na categoria de coadjuvante, por California Suite, em 1979.

No filme, ela vive o papel de Jean Brodie, uma professora de uma escola para meninas em Edimburgo, que inspira suas estudantes com suas ideias sobre arte, música e política, sendo que a última é baseada em noções românticas, que a levam a expressar sua admiração pelo fascismo na Itália.

Por que assistir? O filme vale pela brilhante atuação de Maggie Smith no papel de uma mulher em permanente estado de autoengano, que oscila entre a euforia e a melancolia o tempo todo.

CDMilton Nascimento – Nada Será como AntesTrilha sonora do musical de Charles Möeller e Claudio Botelho. Arranjos de Délia Fischer. Arranjos vocais de Jules Vandystadt. Universal.R$ 24,90. MPB.

O musical ainda não chegou a Curitiba, mas já é possível conhecer a grande homenagem da dupla Charles Möeller e Claudio Botelho a Milton Nascimento, que tem 70 anos e 50 de carreira. A gravação em CD contou com os 14 cantores-atores do espetáculo – que também tocam todos os instrumentos em cena.

Os arranjos de Délia Fischer ampliam o dramatismo das belas letras de 28 das canções de Milton escolhidas para o musical, que tem cerca de 50.

As vozes voam alto para picos agudos. A moldura lembra por vezes as histórias musicais contadas na Broadway, cada vez mais repetidas por aqui. Ao menos, o sotaque carioca deixa claro que o produto é nacional, sim senhor.

Vontade de ver mais: O encarte que acompanha o CD certamente é a melhor propaganda do musical para um público futuro. As fotos mostram momentos de entrega dos cantores, e a primeira emociona ao mostrar todo o elenco ao redor de uma barroca cadeira – vazia, à espera do compositor. Ele, aliás, participou dos arremates do espetáculo, que endossou.

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