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Gal Costa se apresenta em Curitiba nesta quinta-feira (23) | Daniela Toviansky/
Gal Costa se apresenta em Curitiba nesta quinta-feira (23)| Foto: Daniela Toviansky/

“Tenha pena de mim. Vá embora. Ele pode chegar. Vais me prejudicar. Tá na hora”, versa Lupicínio Rodrigues (1914-1974) na faixa-título do show que Gal Costa apresenta em homenagem a ele nesta quinta-feira (23), no Teatro Positivo. “Ela Disse-me Assim” é uma canção de 1959, uma das cerca de 20 que a cantora interpreta ao lado de Pupillo (bateria), Guilherme Monteiro (guitarra e violão), Silva (teclado e violino) e Fábio Sá (contrabaixo elétrico e acústico), a convite do projeto Natura Musical.

“Sabe o que se passou?/Ele nos encontrou/ E agora/ Ela sofre somente porque/ Foi fazer o que eu quis/ E o remorso está me torturando”, continua a letra. É deste e de outros dramas de amor que é feito o cancioneiro do músico gaúcho, o pai da dor de cotovelo, contraída nas mesas de bar.

Repertório

Relembre algumas das canções de Lupicínio Rodrigues que estarão no show que a cantora Gal Costa apresenta em Curitiba:

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São dele alguns dos sambas-canções mais sofridos, como “Homenagem”, “Loucura” e “Nervos de Aço”, que ressurgem repaginados no show de Gal. Admiradora antiga das canções de Lupicínio, que ela conta ter ouvido pelo rádio na infância e na adolescência, e uma das divulgadoras do compositor no tempo do tropicalismo.

As canções dele ultrapassam a barreira, a fronteira de qualquer rótulo musical. Mas, acima de tudo, a música de Lupicínio desafia a linha do tempo. Eu transformei algumas das canções dele em coisas minhas.

Gal Costa, cantora

Serviço

Ela Disse-me Assim

Teatro Positivo (R. Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300), (41) 3317-3283. Dia 23, às 21h. Assinantes da Gazeta do Povo têm desconto de 50% para a compra de até duas entradas. Os ingressos custam de R$ 31 (meia) a R$ 186. Mais informações no Guia.

“Acho que a obra dele é atemporal. Ela tem um lugar muito especial na MPB”, diz Gal, em entrevista por e-mail para a Gazeta do Povo. “Novas gerações conhecem a obra dele através de novos e importantes nomes da música no Brasil que gravaram e cantam suas canções.”

“A ideia do espetáculo, trazendo a obra de Lupicínio para mim, é reafirmar que as canções dele ultrapassam a barreira, a fronteira de qualquer rótulo musical. Mas, acima de tudo, a música de Lupicínio desafia a linha do tempo. Eu transformei algumas das canções dele em coisas minhas”, explica a cantora, que gravou músicas do compositor em discos como Índia (“Volta”, em 1973) e Caras & Bocas (“Um Favor” , em 1977). “Cantei muitas músicas dele ao longo de minha carreira”, diz.

O show, que chega a Curitiba depois de estrear em Porto Alegre e passar pelo Rio de Janeiro, faz um apanhado particular da obra de Lupicínio.

“Escolhi uns sambas para trazer uma alegria ao show, pois a obra dele é muito triste, canções de amor e traição. Canto canções famosas e também desconhecidas. Um lado do Lupicínio que pouca gente conhece”, explica Gal, que contou com a direção artística de J. Velloso e Marcus Preto.

A seleção de músicas menos óbvias e a escolha de músicos como Silva e Pupillo (do Nação Zumbi) – artistas com trabalhos de estéticas particulares, que marcaram a música brasileira mais recentemente – foi uma tentativa dos idealizadores de criar um tributo sem clima de “homenagem saudosa”.

“Procurei revestir as canções com arranjos modernos e mais parecidos com o que faço hoje”, diz Gal, que deve lançar em breve um novo disco também sintonizado com sonoridades mais modernas e participações de nomes da música brasileira recente.

Ela Disse-me Assim, no entanto, também deve virar um disco, gravado ao vivo.

“[Lupicínio] merece essas homenagens porque é um compositor muito especial”, diz Gal.

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