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Ringo Starr durante apresentação em Curitiba em 2013 | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Ringo Starr durante apresentação em Curitiba em 2013| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O ex-baterista dos Beatles, Ringo Starr, foi durante anos o membro do quarteto de Liverpool mais subvalorizado, mas ao completar 75 anos nesta terça-feira (7), seu status como ícone da música e sua categoria como artista já não deixam dúvidas.

Ringo celebrará o aniversário em companhia de sua mulher, Barbara Bach, amigos e parentes no lendário edifício da Capitol Records na cidade de Los Angeles, lugar muito ligado à história dos Beatles.

História à qual se incorporou Richard Starkey em 1962 ao substituir como baterista Pete Best na banda criada dois anos antes por John Lennon, Paul McCartney e George Harrison, que depois se transformaria em uma das mais influentes de todos os tempos.

No entanto, Ringo Starr, nascido em 7 de julho de 1940 nos arredores de Liverpool, ao noroeste da Inglaterra, sempre esteve à sombra de Lennon e McCartney e, em menor medida, de Harrison.

Veja o vídeo do show de Ringo Starr em Curitiba em 2013

Contra si estava o descomunal talento de Paul e John, sua própria personalidade, seu aspecto físico e, além disso, sua faceta de baterista, figura sobre a qual foram feitas dezenas de brincadeiras para zombar de sua suposta inferioridade intelectual com relação a outros músicos.

Ringo, além disso, repetiu várias séries na escola primária porque passou longos períodos de tempo hospitalizado e abandonou brevemente sua formação acadêmica para se incorporar ao mercado de trabalho, o que contribuiu depois para reforçar todos os falsos estereótipos sobre o baterista.

Embora antes de ser contratado pelos Beatles Ringo já fosse um músico conhecido e admirado em Liverpool por seus trabalhos com a banda Rory Storm and the Hurricanes, nunca brilhou como seus outros três companheiros.

Os companheiros, sim, sempre reconheceram sua importância na criação do som do grupo, segundo descreve na revista britânica “The Spectator” James Woodall, autor do livro “The Story of The Beatles Last Song” (“A história da última canção dos Beatles”, em tradução livre).

“Acho que foi um gênio. O mundo parece que está começando agora a aceitar essa ideia. Há dois meses (maio de 2015) finalmente entrou no Hall da Fama do Rock and Roll, o último beatle a ganhar uma estrela. Já era hora”, disse em seu texto Woodwall.

Ringo entrou no Hall da Fama como parte dos Beatles em 1989, mas apenas em 2015 foi reconhecido por sua interessante carreira solo, na qual se destacou também como compositor, cantor e ator.

Apenas 21 artistas no mundo todo foram agraciados em duas ocasiões no templo do rock and roll.

Em 2011, os leitores da prestigiada revista de música “Rolling Stone” consideraram que, além disso, Ringo ocupa o quinto posto na lista dos melhores baterias da história, apesar das carências técnicas que ele mesmo reconhecia ter.

O ex-baterista e líder do Genesis Phil Collins assegurou que seu talento e influência foram “subvalorizados”.

Também não ajudou para melhorar seu carisma “ser Ringo”, ou seja, manter um ar “louco, triste e estranho” e nas poucas ocasiões em que tomou mais protagonismo atuando como cantor solista não chegou a agradar a todos com sua voz “nasal e melancólica”, sustenta Woodwall.

Ringo Starr só compôs sozinho duas canções para os Beatles, “Don’t Pass Me By” e “Octopus’s Garden”, e colaborou na criação de “What Goes On” e no tema instrumental “Flying”.

“Não era espetacular; fixava o ritmo de fundo dos Beatles e mantinha o tempo, compensando sua admitida falta de técnica com seus característicos ‘recheados’, golpes rápidos e flashs sobre os tambores entre as letras e as frases musicais”, explica Woodwall em seu livro.

Ringo Starr, que, com McCartney, são os único “beatles” vivos, após o assassinato de Lennon em 1980 e a morte por câncer de Harrison em 2001, se mostrou especialmente prolífico nos últimos anos, ao ter lançado cinco trabalhos desde 2005.

Em março, apresentou o álbum “Postcards from Paradise” (“Postais do paraíso”), que inclui 11 temas originais e no qual fornece sua voz a várias canções, além de tocar bateria, teclado e guitarra.

O ano de 2005 também marcou o começo de um novo projeto para o artista de Liverpool e desde então pede a seus fãs, no dia de seu aniversário, que se unam em sua chamada de “paz e amor”.

Ringo pede cada 7 de julho que os usuários de redes sociais como Instagram, Facebook e Twitter postem a mensagem ao meio-dia de seus correspondentes fusos horários.

O ex-beatle, para dar exemplo, posta na rede uma foto sua com a hasghtag #PeaceandLove na qual aparece com os braços para o alto e fazendo com os dedos das mãos o sinal da vitória, uma imagem já icônica.

Ringo Starr e All Starr Band agitam Curitiba

Dois anos depois de sua primeira visita, o ex-baterista dos Beatles voltou ao Brasil, desta vez com Curitiba na rota. O repertório incluiu músicas da carreira solo de Ringo, além de covers de músicas do fab four.

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