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Poder, justiça e até mesmo amor dão o tom de Antígona,  dirigida por Jader Alves | Leo Dalledone/ Divulgação
Poder, justiça e até mesmo amor dão o tom de Antígona, dirigida por Jader Alves| Foto: Leo Dalledone/ Divulgação

História

Saiba mais sobre Antígona:

Enredo

A protagonista é uma personagem da mitologia grega, filha de Édipo e Jocasta.

A versão clássica, que se consolidou na passagem do tempo, é a descrita na obra Antígona, do dramaturgo grego Sófocles, um dos mais importantes escritores de tragédia. Há muitos diálogos.

O texto, considerado um clássico, vem sendo encenado continuamente desde a Antiguidade.

Os irmãos Etéocles e Polinices mataram-se (um ao outro) na disputa pelo trono de Tebas.

Uma determinação estipulou que apenas Etéocles teria direito a todo cerimonial fúnebre, enquanto o cadáver de Polinices seria abandonado sem direito a enterro.

Estreia hoje, e segue até 9 de julho, uma montagem inédita de Antígona, texto de Sófocles, no Teatro Lala Schneider. A adaptação e a direção têm a assinatura de Jader Alves, há uma década envolvido com a Cia Máscaras de Teatro. No palco, um elenco de 17 atores, 15 mulheres – todos com idade de 17 a 23 anos, alunos do curso que a trupe de João Luiz Fiani mantém há 15 anos.

Alves, 40 anos, professor do curso de Tragédia Grega no Teatro Lala Schneider, conta que esse espetáculo começou a ser esboçado em março passado. Os alunos sinalizavam que seria imprescindível participar da montagem de um clássico grego. Após pesquisas e discussões, a intuição de Alves apontou para Antígona. Ele enxugou o texto intregral, o que se traduz, na prática, em 1h20 de dramaturgia. "Fiz os cortes e foquei na essência do texto", diz Alves. E qual seria o ponto central de Antígona? "É o amor, mas Sófocles também problematiza sobre justiça e poder, completa.

Antígona, que empresta o nome para esse clássico grego, é uma personagem que – na definição de Alves – "desafia a lei dos homens para respeitar a lei divina." Os irmãos Etéocles e Polinices desentendem-se e, durante um confronto, um mata o outro. Etéocles é sepultado com todas as honras. Polinices tem o seu corpo abandonado a céu aberto. Antígona, irmã dos dois, decide enterrar Polinices. Esse ato transgressor terá como consequência inúmeras mortes.

"Textos gregos antigos, em geral, tendem a ser de difícil assimilação pelo público. Mas essa montagem está palatável", anuncia Alves. Essa "ponte de aproximação", entre o texto original e os espectadores, é construída a partir de um elemento cênico: cordas. Sim, cordas. Foram adquiridos 130 metros de cordas – de cizal, algodão e polipropileno.

Em cada cena, as cordas são utilizadas de maneiras e modos diversos. Há alguma simbologia nisso? "Sim. As cordas expressam como quem tem poder submete e oprime as outras pessoas", interpreta Alves. Ele comenta que as cordas também funcionam como item cenográfico que, ao longo da montagem, tende a proporcionar prazer estético à audiência.

Alves tem a expectativa de que o público se identifique com as nuances dessa experiência cênica. Primeiro, porque, apesar de ser ambientada na Grécia, os figurinos não fazem referências diretas ao contexto grego. A atemporalidade é, na opinião do diretor, o grande trunfo de Antígona. "Essa montagem não está datada, nem presa geograficamente no tempo e em nenhum espaço. Diz respeito ao ser humano, de todos os tempos e lugares", afirma.

Serviço

Antígona, texto de Sófocles, com adaptação e direção de Jader Alves. Teatro Lala Schneider (R. Treze de Maio, 629), (41) 3232-4499. Quartas e quintas-feiras, às 21 horas. Até 9 de julho. R$ 15 (inteira) e R$ 7 (meia). Classificação etária: livre. Mais informações: www.teatrolala.com.br.

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