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Luiz Caldas durante as gravações de "Castelo de Gelo" | Divulgação
Luiz Caldas durante as gravações de "Castelo de Gelo"| Foto: Divulgação

Roqueiros do Brasil, se preparem para o novo ídolo do rock nacional: Luiz Caldas. Pelo menos é isso que o músico baiano, auto-proclamado "criador da axé music", está prometendo para 2009. Seu álbum de rock, chamado "Castelo de Gelo", faz parte de um projeto mais ambicioso ainda, que inclui duas caixas de discos (com cinco CDs em cada) até o fim do ano, reunindo um total de 130 músicas, todas composições de Caldas.

Algumas dessas composições, como o heavy metal "Maldição", podem ser ouvidas no MySpace do cantor. Influenciado por Pantera, Kreator, Genesis, Beatles e Police, entre outros, Caldas gravou seu disco de rock com André T., produtor de bandas do rock baiano como Retrofoguetes e Cascadura, e com a participação do baterista Rex, do Retrofoguetes.

O cantor, que adotou o tênis All Star para os pés (Caldas é conhecido por se apresentar descalço), diz que o disco é eclético, com músicas indo do rockabilly ao punk, passando por baladas e "músicas mais lisérgicas, como Pink Floyd".

Segundo Caldas o projeto, que inclui discos de samba, forró, axé, mpb e até um álbum com letras em tupi, foi inspirado por George Harrison. "Quando George saiu dos Beatles, ele lançou um disco triplo, de tanto material que ele tinha acumulado. Eu não posso ficar atrás dele, né?", desafia.

Métodos

Para produzir tanto ao longo de oito meses, Caldas admite que teve que mudar seus métodos: "Antes era como Dorival Caymmi, eu ficava deitado na rede esperando a música cair do céu. Depois eu descobri que Djavan leva o trabalho como o de quem vai a uma repartição: todo dia no estúdio, trabalhando. ‘Se Djavan pode, por que eu também não posso?’, me perguntei".

César Rasec, produtor executivo do projeto, garante que tudo já está gravado, e que a primeira caixa, reunindo 75 músicas, já passou até pela masterização. O que falta para o cantor agora é uma gravadora: "Estamos abertos a propostas", diz Rasec.

O projeto conta com participações especiais, como Seu Jorge, que divide os microfones com Caldas no disco "Brasil pandeiro", dedicado ao samba e Zeca Baleiro participa de uma homenagem a Evaldo Braga no disco de música brega (ou "superpopular", como Caldas e Rasec prefere usar) "Brasil superpopular".

Tupi

André Abujamra canta no álbum "Nhengara reké taba", que significa "cantor da aldeia", em tupi. Esse último disco foi produzido com a ajuda de programas de edição de áudio, para transformar em loops os sons da natureza (vento, canto de pássaros) captados por Caldas.

Tamanha variedade de estilos vem da própria formação do cantor, que diz "respirar música". "Comecei aos sete anos, tocando em banda de baile. Por isso conheço todos os tipos de música e sei tocar quase todos os instrumentos, modéstia à parte", explica.

Além de já sonhar com o Grammy, Caldas quer fazer o projeto chegar a ídolos específicos: Quincy Jones (o produtor de "Thirller", de Michael Jackson); Bono, vocalista do U2; e o presidente dos EUA Barack Obama – "Quero dizer a Obama que sou o inventor da ‘new black music’ que é o axé, a música negra brasileira".

Enquanto o projeto se encaminha, o músico se prepara para o Carnaval, ocupando o posto de "criador da axé music" – rótulo criado pelo jornalista Hagamenon Brito em 1987 para definir a música de Caldas e congêneres. O cantor quer aproveitar 2010 para comemorar os 25 anos do gênero, tomando o lançamento do disco "Magia", de 1985, (da música "Fricote") como marco zero do axé.

E para o jubileu de prata, nada melhor que mais discos – o plano é lançar um álbum por mês, ao longo de todo o ano. "Faço ioga, não fumo, não bebo. Tenho bastante energia", explica a empolgação. Por fim, Caldas resume a sua missão: "É uma homenagem de um músico super brasileiro a todas as facetas da música do nosso país".

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