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Domingo (12) de candidatos ao Oscar nos cinemas de Curitiba. Isso porque mais três filmes que concorrem ao maior prêmio do cinema mundial estão em cartaz na cidade. Na rabeira das super produções hollywoodianas, outros quatro fitas acertam em cheio aqueles que preferem filmes mais densos e com abordagens distintas. É opção para todos os gostos e gêneros.

Não bastasse já haver sido indicado ao Oscar por "Boa Noite, e Boa Sorte", George Clooney aparece em mais uma produção que pode lhe dar outro prêmio da Academia de Hollywood. E o enredo dos dois longas é semelhante e explora de forma maniqueísta a luta entre o bem contra o mal. Se no primeiro a luta é interna entre o político Joseph McCarthy contra aos possíveis comunistas norte-americanos, já em "Syriana – A Indústria do Petróleo", o tema também é a política, em um embate entre a democracia (os Estados Unidos, no caso) contra a política ortodoxa do Oriente Médio, baseada em suas reservas de petróleo.

O combustível fóssil torna a história intrincada e interessante, o que o faz uma das melhores estréias da semana. Tendo como inspiração o livro do ex-agente da CIA Robert Baer, Clooney vive o investigador da CIA Bob Barnes, responsável pela área de terrorismo ao redor do planeta há 21 anos. Com o aumento no número de ações terroristas, Robert percebe que a então agência que deveria se preocupar com segurança acaba tornando-se apenas mais uma máquina de politicagem. Como vários sinais de novos ataques foram ignorados, devido à inexperiência dos políticos na área de terrorismo, a tendência é que a profusão de acontecimentos quem vem a seguir deixe o espectador desnorteado. Talvez seja está a intenção, visto o enorme número de alter egos que o filme apresenta e as ligações complexas entre cada um dos personagens. Entre as curiosidades, este é o quarto filme que George Clooney e Matt Damon trabalham juntos. Os anteriores foram "Onze Homens e Um Segredo", "Confissões de uma Mente Perigosa" e "Doze Homens e Outro Segredo".

Há algum tempo um romance contestador não chega aos cinemas com tanta força. Após um período de estagnação do gênero, "Orgulho e Preconceito" está em cartaz em Curitiba. Houve uma certa expectativa pela chegada do filme, não só pelo fato de ter recebido quatro indicações ao Oscar, mas também porque ele é baseado no livro homônimo da escritora Jane Austen, também autora de clássicos que deram origem a filmes como "Emma" e "Razão e Sensibilidade". Assim como nestes dois longas, o filme do diretor Joe Wright mantém características já conhecidas das obras literárias da autora: o foco nas intrincadas e nem sempre pacíficas relações entre classes sociais na Inglaterra do início do século 19; e o olhar feminino diante desse mundo em mutação. No enredo do filme, uma história de amor que vai além do meramente romântico, encabeçada por Elizabeth Bennett, vivida com graça, carisma e bravura pela encantadora Keira Knightley (de "Os Piratas do Caribe" e indicada ao Oscar como melhor atriz).

Ela é uma das cinco irmãs Bennet, que vivem na Inglaterra no ano de 1797. Todas foram criadas pela mãe, uma mulher que tem uma profunda fixação em encontrar maridos que garantam o seu futuro e o das filhas. Após um período no qual a irmã mais velha de Elizabeth, Jane, consegue arrumar um bom casamento, ela acaba recebendo a atenção dos intentos casamenteiros da mãe. É quando ela conhece Mr. Darcy, elegante cavalheiro da nobreza que nutre pelos Bennett um discreto, mas claro desprezo. Porém, para sua própria surpresa, acaba por sucumbir a uma paixão fulminante e até certo ponto indesejada por Elizabeth. Ele atende as exigências da moça, que só aceita se casar com um homem por quem nutra um amor puro e verdadeiro. O choque de preconceitos e valores de duas pessoas de classes sociais distintas provoca muitas discussões entre o casal, que contém os seus sentimentos o quanto podem, mas acabam se entregando a esta avassaladora paixão.

Você gosta de rock n’ roll? Se a resposta for afirmativa, uma produção imperdível entre os filmes em cartaz é o longa "Johnny e June". A fita conta a história de ninguém menos do que Johnny Cash, um dos ícones do estilo criado por Chuck Berry e Elvis Presley nos Estados Unidos na década de 50. Dirigido por James Mangold, a saga do astro norte-americano é retratada fielmente, mas chegar às telonas não foi fácil. Foram necessários oito anos entre conseguir os direitos da adaptação com o autor James Keach, amigo pessoal da família Cash, e conseguir um estúdio interessado em rodar o filme. Grandes corporações, como a Universal, Sony, Paramount e Warner Bros se recusaram a fazer o longa. Coube a Fox tornar o projeto realidade.

E valeu a pena, porque desde a juventude em uma fazenda de algodão, até o estrelato ao lado de nomes como Elvis Presley, Jerry Lee Lewis e Roy Orbinson, Johnny Cash toma vida pelas mãos do ator Joaquin Phoenix, um dos mais cotados candidatos ao Oscar de melhor ator. O próprio Cash o escolheu para ser o protagonista da sua obra. Na trama do longa, a personalidade marginal do astro do rock e a sua infância tumultuada, sobretudo pela morte do seu irmão Jack, tornam "Johnny e June" um filme comovente, que fala sobre questões que envolvem músicos de ontem e de hoje, que caminham sobre o fio da navalha entre o sucesso e a autodestruição. Na vida de Johnny Cash, apenas June Carter pode salvá-lo. E até que isso aconteça, a comédia, o drama e o clima musical do filme dão o tom da narrativa.

Outra opção um pouco mais "explosiva" também deve agradar os curitibanos. "Filhote" é uma produção espanhola que mistura diversos elementos controversos, como homossexualidade, drogas, aids e infância, todos envolvidos no mundo dos "ursos", um termo largamente utilizado na comunidade gay para denominar pessoas gordas. Na história, o dentista homossexual Pedro tem que cuidar de um sobrinho de apenas nove anos, após a mãe da criança ter sido presa portando drogas. A presença do garoto transforma a vida então agitada de Pedro. Ele entra em um período de abstinência sexual. O filme, de 2004, não tem o menor pudor em mostrar beijos pra lá de calientes entre Pedro e seus parceiros na cama e em outros locais pouco convencionais. Tudo sem a comum vulgaridade, tão explorada em filmes do gênero.

Em outros longas em cartaz, mas não tão badalados, destaque para a produção "A Mulher do Meu Irmão". No longa, Zoe é uma mulher atraente que, depois de 10 anos, percebe que a sua vida está sem graça, vazia e sem grandes paixões ou surpresas. Logo ela se dá conta de que o irmão do seu marido pode trazer de volta a sua alegria se viver. Sentindo-se seduzida por ele, está formado um triângulo amoroso que esconde um complicado jogo de segredos, vinganças e paixões entre os personagens.

Já quem quiser conferir uma animação, a pedida da semana é "A Terra Encantada de Gaya". O nome do longa é inspirado em um programa de TV que se passado em um mundo paralelo e fantástico, cheio de paisagens paradisíacas e que conta com os mais diferentes seres vivos. Os protagonistas são os personagens Zino, Boo e Alanta. Como os vilões, destacam-se Snurks, Galger, Zeck e Bramph. Os dois lados lutam para encontrar a pedra mágica, que é nada mais nada menos do que o elixir da vida de Gaya. O atrito entre Gayanos e Snurks é inevitável, mas quando acabam arrastados para uma outra dimensão, eles devem se unir para poder sobreviver.

Na Cinemateca, quem volta a ser exibido é o filme "São Jerônimo", do diretor Júlio Bressane. O longa foi lançado em 1998 e é uma cinebiografia sobre o monge Jerônimo, responsável por criar a Bíblia latina, Vulgata, de onde saíram todas as traduções em línguas românicas do texto sagrado, principal fonte de influência da literatura ocidental. O filme também narra as influências sofridas pelo monge em sua estadia em Roma, no período do papa Damaso.

Confira os endereços e a programação dos cinemas

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