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Colar produzido com peças de pet pela designer carioca Mana Bernardes é uma das atrações do MON | Fotos: Divulgação
Colar produzido com peças de pet pela designer carioca Mana Bernardes é uma das atrações do MON| Foto: Fotos: Divulgação

Alguns destaques

Saiba mais sobre outras exposições que fazem parte da Bienal Brasileira de Design:

Design, Inovação e Sustentabilidade

A principal mostra do evento reúne, na Fiep, 250 produtos de designers de 22 estados do país, que têm como eixos condutores a inovação e a sustentabilidade. "A mostra que ajuda a refletir sobre o que é, afinal, essa história de sustentabilidade, que nos chega muitas vezes como marketing, esvaziada de conteúdo", diz a curadora Adélia Borges.

Memória da Indústria:

o Caso da Cimo

Também na Fiep, a mostra com curadoria de Angélica Santi conta a história da Móveis Cimo S.A., criada em Rio Negrinho (SC), nos anos 20, e que se estendeu para o Paraná. "Foi a maior fábrica de móveis do Brasil, com bela história de empreendedorismo, e que hoje está na memória afetiva do brasileiro", diz a curadora.

Design Urbano: Uma Trajetória

O arquiteto, urbanista, ex-governador e ex-prefeito de Curitiba, Jaime Lerner apresenta, no Memorial de Curitiba, um apanhado de sua trajetória de 50 anos no que diz respeito a intervenções de design urbano, do ônibus Ligeirinho e o programa "Lixo Que Não É Lixo" até projetos mais recentes como o Dock-Dock, veículos supercompactos e uso individual e compartilhado, alimentado por energia elétrica. "São soluções fantásticas, exemplos de como o design pode atuar para melhorar a vida das pessoas", diz Adélia.

Sustentabilidade: e Eu com Isso?

O Parque Barigui e o Jardim Botânico recebem 30 cartazes que discutem a sustentabilidade produzidos por designers convidados pelos curadores Rico Lins e André Stolarski, entre profissionais reconhecidos e estudantes escolhidos por concurso.

It’s a Small World

Abrigada na Fiep, a mostra apresenta a produção em design na Dinamarca, país com forte tradição na área e preocupação em criar soluções relacionadas à problemática ambiental. Com curadoria dinamarquesa, estreou em Copenhague, em 2009, foi para Xangai e agora chega ao Brasil.

  • O Dock-Dock, que vem sendo desenvolvido pelo Instituto Jaime Lerner desde 2007, tem o intuito de complementar as redes de transporte urbanas

Você lê esta reportagem, provavelmente sentado em uma cadeira, rodeado por outros objetos como, por exemplo, uma mesa, um telefone, um computador. Há design em tudo isso. "Ele está presente em nosso dia a dia, mas não temos a percepção consciente disso", explica Adélia Borges, jornalista especializada em design e professora da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), em São Paulo.Ao assumir a curadoria geral da Bienal Brasileira de Design, que começa hoje em Curitiba e segue até 31 de outubro, ela estruturou o megaevento formado por mostras, workshops, fóruns, entre outras atividades, como uma oportunidade de democratização dessa área.

As nove exposições espalhadas pelos mais diversos espaços da cidade foram pensadas para atrair não só o público especializado, mas principalmente leigos, que terão a dimensão da importância do design no seu cotidiano e no desenvolvimento do país ao conhecer os mais variados produtos e projetos desenvolvidos por jovens designers e profissionais de renome.

Já sediada em São Paulo, em 2006, e em Brasília, em 2008, a Bienal ganha peculiaridades em Curitiba, onde é organizada pelo Centro de Design do Paraná e pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), a começar pela criação de um tema, Inovação e Sustentabilidade. Também é a primeira vez que o evento será realizado em espaços variados, incluindo pontos turísticos como o Parque Barigui e o Jardim Botânico. "É uma tentativa de ir ao encontro das pessoas, não esperar que o movimento seja sempre contrário. Isso só poderia ser feito em Curitiba, que tem tradição em design", considera Adélia.

Ela lembra que a Bienal nasceu no Rio de Janeiro, onde foram realizadas três edições em 1968, 1970 e 1972. "A ideia foi retomada em Curitiba, em 1990 e 1992, e, então, morreu de novo", conta. Até que, em 2006, passou a ser itinerante e gerida por um comitê formado por orgãos públicos, entidades privadas e instituições do terceiro setor.

Grande tema

A sustentabilidade permeia todas as mostras e discussões da Bienal. "Esse é o grande tema do momento, em todas as esferas, e o design tem muito a contribuir com isso", diz a curadora. Uma delas, por exemplo, é A Reinvenção da Matéria, que abre hoje no Museu Oscar Niemeyer, com curadoria da própria Adélia, exibe produtos feitos com matérias-primas oriundas da biodiversidade brasileira ou retirados do lixo. Há tecidos e papéis feitos de purauá, um tipo de abacaxi do Pará, tênis manufaturados com couro de peixe, objetos feitos de garrafas pet e até tigelas feitas com pneus pelos irmãos Campana.

A mostra se propõe a lançar um novo olhar sobre os materiais. "Em 1960, o pensador norte-americano Buckminster Fuller disse que o único recurso em expansão era o lixo, o resto está se acabando, e a gente ainda não o vê como recurso, apesar da tradição de reciclagem que há no Brasil", diz Adélia.

Além das mostras, a Bienal recebe 24 palestrantes de diversos países para participar de seminários, fóruns, workshops, entre outras atividades. Entre eles, o brasileiro Fred Gelli, com mais de 80 prêmios, e John Heskett, professor catedrático da Escola de Design da Univer­­si­­dade Técnica de Hong Kong.

Serviço:

Na internet: www.bienalbrasileiradedesign.com.br

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