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A diretora Kathryn Bigelow, o roteirista Mark Boal e o produtor brasileiro Ivan Teixeira | Divulgação
A diretora Kathryn Bigelow, o roteirista Mark Boal e o produtor brasileiro Ivan Teixeira| Foto: Divulgação

Foz do Iguaçu - Ao estilo de uma turista deslumbrada com as maravilhas das Cataratas, Kathryn Bigelow, diretora de Guerra ao Terror, passou por Foz do Iguaçu na semana passada de olho na sua próxima produção: um filme que abordará, entre ou­­tros assuntos polêmicos, a lavagem de dinheiro logo após o fatídico 11 de Setembro. Um tema que, por si só, é suficiente para espalhar a polêmica na região trinacional do Brasil, Paraguai e Argentina.

Primeira mulher a ganhar o Oscar de melhor direção com Guerra ao Terror, em 2010, Kathryn permaneceu três dias em Foz do Iguaçu acompanhada por uma equipe de oito pessoas, entre produtores e roteiristas internacionais e brasileiros. Integraram a comitiva o roteirista Mark Boal, vencedor do Oscar de melhor roteiro original (também por Guerra ao Terror), o produtor Grant Hill, da Paramount, e Ivan Teixeira, da Nation Filmes (Brasil).

A diretora esteve no Parque Nacional do Iguaçu, onde visitou mirantes, fez passeio de lancha, percorreu trilhas e ainda teceu elogios. Não se conteve e foi até a movimentada Ponte da Amizade, ligação entre Brasil e Paraguai, onde pôde apreciar a paisagem que marca a união física entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este. A visita pelo Brasil terminou com uma passagem pelo Rio de Janeiro.

Inspirador, o resultado da visita, cuja pretensão era conhecer os locais mencionados no roteiro e fazer contatos locais, foi a criação de novas sequências para o filme, segundo a produção. Em uma de­­las, haverá perseguição com lancha. Em outra, em pleno mirante das Cataratas, estão previstas ce­­nas de ação com agentes usando tirolesas. Mas tudo depende, de acordo com a assessoria, da contribuição de entidades locais e autorização do Parque Nacional.

Apesar de divulgar algumas pos­­síveis cenas, o roteiro – em desenvolvimento – ainda é guardado a sete chaves pela Paramount. O longa, a ser rodado em 2011, tem o título provisório de Sleeping Dogs.

Em Foz do Iguaçu, a discreta passagem da equipe de produção não chegou a causar alvoroço, apesar de reações contrárias ao filme desde o início do ano, logo após o anúncio.

Felipe González, secretário de Turismo em Foz do Iguaçu, disse que a equipe de produção havia marcado uma reunião, mas acabou cancelando o compromisso. No início do ano, setores do turismo e autoridades de Foz do Iguaçu e do Paraguai manifestaram discordância em relação ao argumento do filme.

Uma nota chegou a ser emitida pelo escritório de Foz so­­bre o filme. "Somos contra a exploração dos problemas, sem que seja evidenciado o po­­tencial da região", diz González. O setor turístico não quer que a imagem da cidade, constantemente acusada de abrigar células terroristas, seja usada de forma pejorativa.

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