• Carregando...
Goeldi – Luz Noturna: exposição itinerante reúne 60 obras em xilogravura e apresenta o lado humano do artista | Imagens: Reprodução
Goeldi – Luz Noturna: exposição itinerante reúne 60 obras em xilogravura e apresenta o lado humano do artista| Foto: Imagens: Reprodução
  • Além de xilogravuras, mostra conta com objetos pessoais e vídeo

Após passar pelas cidades de São Paulo e Brasília, chega a Curitiba, nesta terça-feira (9), a exposição itinerante Goeldi – Luz Noturna, retrospectiva ilustrada da obra e vida de um dos mais venerados xilogravuristas de meio artístico mundial, o carioca Oswaldo Goeldi (1895–1961).

Com curadoria de Lani Goeldi, sobrinha do artista e diretora do Projeto Goeldi – iniciativa que tem como objetivos principais a formação de um banco de dados que contempla a produção artística de Goeldi e a disseminação de sua obra por diversos segmentos –, a mostra reúne cerca de 60 obras em xilogravura, além de outros suportes como livros ilustrados, estudos, registros, manuscritos, cartas, documentos, fotos, objetos pessoais. "Aqui mostramos um pouco mais da vida e do cotidiano de Oswaldo Goeldi. Solitário como homem, mas com uma mente e coração capazes de propiciar a discussão da arte silenciosa", explica a curadora.

A exposição também conta com um vídeo sobre a trajetória do artista, com depoimentos de importantes gravadores como Adir Botelho, Anna Letycia, Darel Valença Lins e Rubem Grillo. "A história de Goeldi possui muitos protagonistas, que ao longo de suas vidas deixaram registradas muitas fagulhas de suas passagens. Mas, o que nos envolve numa busca constante de entender seu ímpeto em produzir incansavelmente, é observar os contrastes do lirismo e de sua obra dramática, o dia, a noite, a vida, a morte e a luz noturna", diz Lani.

Trajetória

Gravador, desenhista, ilustrador e professor, Oswaldo Goeldi (1895–1961) nasceu na cidade do Rio de Janeiro. Filho do cientista Emilio Augusto Goeldi e de Adelina Meyer Goeldi, viveu dos seis aos 24 anos na Suíça, no período da Primeira Guerra Mundial. Nessa época, abandonou o curso na Escola Politécnica para se matricular na École des Arts et Métiers. Decepcionado com as aulas, passou a estudar com Serge Pahnke e Henri van Muyden. No mesmo ano, 1917, realizou sua primeira exposição individual em Berna (Suíça), quando conheceu a obra do austríaco Alfred Kubin, seu mentor artístico. Na mesma época, tornou-se amigo de Hermann Kümmerly, com quem fez suas primeiras litografias.

De volta ao Brasil, em 1919, executou trabalhos de ilustrador. Dois anos depois, ao expor no saguão do Liceu de Artes e Ofícios, aproximou-se de pessoas interessadas na renovação da arte. A partir de 1923, dedicou-se intensamente à xilogravura, que conheceu com Ricardo Bandi. Fez trabalhos para revistas, livros e periódicos. Em 1930 lançou o álbum Dez Gravuras em Madeira, prefaciado por Manuel Bandeira, cuja venda permitiu seu retorno à Europa, onde expôs em Berna e em Berlim.

Por volta de 1932, retornou ao Brasil e começou a experimentar o uso da cor em xilogravuras. Consolidado como ilustrador, expôs na 25.ª Bienal de Veneza em 1950. Ganhou o Prêmio de Gravura da 1.ª Bienal Internacional de São Paulo em 1951. Cinco anos depois, no MAM-SP, foi realizada sua primeira retrospectiva. A carreira como professor começou em 1952 e, após três anos, passou a ensinar xilogravura na Escola Nacional de Belas Artes. Sua obra já participou de mais de uma centena de exposições póstumas no Brasil, Argentina, França, Portugal, Suíça e Espanha. Hoje, Oswaldo Goeldi é mundialmente venerado no meio artístico e suas obras são matérias de referência no campo da gravura.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]