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Jane Bingum (Brooke Elliott, à esq.) não se encaixa nos padrões de beleza e processa marcas que não vendem roupas do seu tamanho | Divulgação
Jane Bingum (Brooke Elliott, à esq.) não se encaixa nos padrões de beleza e processa marcas que não vendem roupas do seu tamanho| Foto: Divulgação

Escritórios de advocacia são território livre para a fantasia nas série de tevê. A mais emblemática talvez seja Ally McBeal, personagem que fez a fama de Calista Flockhart, capaz das mais incríveis visões, como bebês dançantes ou cabeças que inflam en­­quanto falam. Eli Stone veio como uma versão masculina: por causa de um aneurisma no cérebro, o advogado em questão via flashes do futuro no meio de um acontecimento qualquer do dia.

Em Drop Dead Diva, a premissa não é menos estapafúrdia: uma loiraça magrela, aspirante a modelo, morre em um acidente de carro e volta à vida no corpo rechonchudo da ad­­vogada Jane Bingum (Brooke Elliott). Agora Deb, seu antigo nome, precisa atender as expectativas dos conhecidos de Jane e consolar a si mesma por mudanças (sobretudo as físicas) que a ela parecem uma tragédia.

Toda essa loucura não passa, é claro, de desculpa para extrapolar estereótipos com humor. Não à toa, a série exibida pelo Sony desde o ano passado costuma ser comparada a Ugly Betty, com a diferença de que sai a moda e entram as cenas de tribunal. Quer dizer, mais ou menos. Um episódio exemplar dos novos problemas com os quais Deb/Jane tem de lidar é um caso jurídico aberto por ela mesma. Quando não encontra na loja que costumava frequentar um vestido do seu tamanho atual, Jane processa a marca e convence o executivo do óbvio: nem a mulher dele caberia nas exíguas medidas disponíveis nas araras.

As situações de tribunal são interessantes na medida em que apresentam novos personagens, cheios de falhas, segredos e dificuldades de se relacionar, e permitem à advogada mostrar sua perspicácia. Mas, ao menos nesse quesito, Drop Dead Diva não oferece muito mais do que o mínimo esperado, ou seja, pequenos quebra-cabeças com finais felizes. Outro ponto fraco são os personagens secundários, carismáticos mas sem brilho próprio.

A série avança melhor quando se aprofunda na condição singular da protagonista. Aos poucos, Deb vai se acostumando à realidade de Jane – e o público quase se esquece que ela "não pertence" àquele corpo.

Ótima profissional, simpática, generosa, charmosa... Mesmo assim, não é fácil. Fora a melhor amiga e o seu anjo da guarda (literalmente), mais ninguém sabe do que houve. Portanto, no fundo, não sabem quem ela é. Nem mesmo a mãe, nem a irmã dada à adoção, ou a família da "antiga" Jane, que agora é "sua". Daí surgem alguns dos percalços mais comoventes.

Para lembrar outra vez Ally McBeal, no mesmo escritório trabalha o grande amor de Deb, Greyson (Jackson Hurst). Enquanto Billy (Gill Bellows), por quem a advogada dos anos 90 era apaixonada, havia se tornado inalcançável depois de se casar com Georgia (Courtney Thorne-Smith), Greyson é igualmente inatingível para Jane. Ou alguém acha que o galã olha duas vezes para a colega fora dos padrões de beleza?

Serviço:

Drop Dead Diva é exibido pelo canal Sony às quartas-feiras, sempre às 21 horas. Reprises aos domingos, às 21 horas.

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