Desde que qualquer pessoa com acesso à internet se tornou capaz de publicar seu próprio conteúdo, em teoria qualquer um pode se tornar conhecido, de forma rápida e sem intermediários. Só o YouTube, por exemplo, tem mais de um bilhão de usuários para conquistar. Mas o que acontece quando isso funciona?
A curitibana Sofia Oliveira está vivendo isso aos 16 anos recém-completados. Há pouco mais de um ano, ela começou a gravar covers dos seus cantores preferidos e a publicar os vídeos na internet. Ela aparece quase sempre sozinha, com um violão, ou eventualmente usando um copo e cantando a cappella, como fez com o funk “Blá Blá Blá”, de Anitta – seu primeiro vídeo com grande número de acessos (hoje com 2,4 milhões de visualizações).
“Foi da noite para o dia, algo que eu não esperava”, diz a jovem youtuber (termo usado para definir esses produtores de conteúdo no YouTube).
Isso foi em novembro de 2014. Em março de 2015, ela já tinha 100 mil inscritos em seu canal. “A partir do momento que você chega a 100 mil, já é visto de forma diferente”, explica Sofia, em entrevista à Gazeta do Povo. “As pessoas já te veem como alguém mais importante no YouTube. A coisa começa a ficar mais séria”, diz ela, que afirma já ter rendimentos com o negócio. As receitas variam de acordo com a quantidade de vezes que os usuários assistem aos anúncios.
É de março o vídeo mais assistido de seu canal. Trata-se de uma versão de “Escreve Aí”, do cantor Luan Santana – um dos artistas do sertanejo universitário, ou pop romântico, que detém os números mais expressivos de audiência na plataforma.
O repertório é um dos “segredos” da youtuber, que calhou de gostar justamente de alguns dos artistas mais vistos na rede, como Anitta, Luan Santana, Lucas Lucco.
“É uma plataforma democrática. Ela escolheu um estilo musical que faz muito sucesso, que os jovens estão consumindo”, avalia Sandra Jimenez , responsável pela divisão de música do YouTube na América Latina. “À medida que o conteúdo é publicado e as pessoas começam a vê-lo, comentá-lo e compartilhá-lo com amigos, nossos próprios algoritmos já fazem sugestões relacionadas a isso. É uma forma eficiente de divulgar novos talentos.”
De resto, a fórmula é simples, de acordo com Sofia. “Não é uma coisa de outro mundo”, diz, diante de perguntas típicas da época do blog. “Acho que é isso que o pessoal gosta: que você seja você mesma e aja com naturalidade, porque assim as pessoas se identificam.”
Ela viu o número de inscritos em seu canal crescer de 100 mil para mais de 600 mil entre março e outubro deste ano – até o fechamento desta edição, eram 616.296 seguidores. No total, seu canal foi visualizado mais de 36 milhões de vezes.
Reveja o papo da Gazeta do Povo com Sofia em maio:
