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“Pedra e vidraça”: Nelson Motta mapeia a trilha sonora do Brasil. | Divulgação/
“Pedra e vidraça”: Nelson Motta mapeia a trilha sonora do Brasil.| Foto: Divulgação/

Nelson Motta conhece a música popular brasileira de perto e por dentro. “Já fui pedra e vidraça”, reconhece o letrista de mais de 300 canções, produtor e crítico musical consagrado.

A experiência o deixou “mais equipado” para escrever o livro “101 Canções que Tocaram o Brasil”: uma lista comentada com músicas que, além de serem grandes sucessos populares, se tornaram uma espécie de trilha sonora sentimental do país nos últimos 130 anos.

101 Canções Que Tocaram o Brasil

Nelson Motta, Editora Estação Brasil (223 páginas, R$ 40). Biografia

“São músicas que todo mundo conhece, gostando ou não”, explica Motta. “Jamais faria um livro das 101 melhores canções, maiores ou mais importantes, porque isso é subjetivo. Lista de músicas é como impressão digital, não há duas iguais”.

O livro faz parte da coleção “Brasil 101”, lançada pelo selo “Estação Brasil”, da Editora Sextante, que já lançou também o título “101 Brasileiros que Fizeram História”, escrito por Jorge Caldeira.

A proposta do livro é apresentar uma espécie de “linha evolutiva” da canção popular. Uma pequena enciclopédia do cânone da Música Popular Brasileira, que começa com a moda “Ó Abre Alas”, composta por Chiquinha Gonzaga em 1889 e termina com o rap “À Procura da Batida Perfeita”, de Marcelo D2, gravado em 2003.

Cada canção é apresentada como um verbete, em ordem cronológica, e ilustrada com uma foto dos compositores com a idade que tinham no momento em que criaram suas músicas.

“A música no Brasil tem uma importância muito grande no dia a dia das pessoas. Representa a voz da sociedade. Dá pra ver o Brasil mudando através destas canções”.

Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Dorival Caymmi e Ary Barroso são, nesta ordem, os artistas citados mais vezes. Motta se antecipou às críticas e, no final do livro, listou mais dezenas de músicas que poderiam ter entrado na listagem e ficaram de fora.

Como Uma Onda

As 101 músicas escolhidas por Motta não são apenas fruto de sua memória afetiva. Ele usou como critério músicas que tivessem passado por peneiras semelhantes feitas pelos grandes jornais e revistas do país.

Assim, ele não teve constrangimento em escolher duas músicas suas, o hit disco “Dancin’ Days” e a canção “Como Uma Onda (Zen-Surfismo)”, feita em parceria com Lulu Santos.

“Eu não tinha por que tirar. Seria sacanagem com o Lulu e ela estava em qualquer lista das melhores canções. É uma música que tocou no rádio e continua tocando as pessoas”.

Para Motta, a grande recompensa do compositor “é entrar na vida” das pessoas. “Depois que a gente lança, a música não nos pertence mais, ela é apropriada pelos outros. Isso quando a canção dá certo”.

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