• Carregando...
Orquestra acompanha o clássico da Disney no Guaíra | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Orquestra acompanha o clássico da Disney no Guaíra| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A animação “Fantasia”, que estreou em 1940, ainda ocupa o posto de uma das maiores ousadias de Walt Disney. Com a ajuda desta obra, gerações foram apresentados à música clássica ainda durante a infância. É por isso que a apresentação que a Orquestra Filarmônica de Curitiba realiza neste domingo (26), às 10h30, no Teatro Guaíra, é tão especial. Sob regência do maestro Alexandre Brasolim, ele mesmo um entusiasta da animação desde criança, a formação vai executar a trilha sonora ao vivo durante a exibição do filme.

Essa não é a primeira vez que um clássico do cinema ganha acompanhamento na cidade. Em 2015, “Metrópolis” (1927), de Fritz Lang teve acompanhamento da Orquestra Sinfônica do Paraná, hoje em hiato. No ano seguinte, foi a vez de ““Marinheiro de Encomenda” (1928), de Buster Keaton, também com a OSP.

“Fantasia” começou a ser pensado a partir da música “O Aprendiz de Feiticeiro”. Era desejo de Disney “animar” a composição do modernista francês Paul Dukas. Depois de uma reunião com o maestro Leopold Stokowski, um dos mais respeitados do país à época, o projeto saiu do papel. Stokowski, cujo nome ganhou destaque no pôster original, sem saber de mais detalhes, disse ao desenhista que gostaria de reger o tal projeto. Sob sua batuta, a Philadelphia Orchestra tocou todas as músicas selecionadas pela Disney. A música inicial tornou-se também a mais conhecida do filme todo. Quem não se lembra de Mickey Mouse vestido de bruxinho?

Concerto Fantasia com a Orquestra Filarmônica de Curitiba

Teatro Guaíra

Domingo (26) , às 10h30

Ingressos: R$ 30 (meia) a R$ 60

Vendas pelo Disk Ingressos e na bilheteria do teatro.

Além da peça de Dukas, o filme – e o concerto da Filarmônica – apresenta trechos de “Toccata e Fuga em Ré Menor”, de Johann Sebastian Bach; “Suíte Quebra-Nozes”, de Peter Llich Tchaikovsky; “Sagração da Primavera”, de Igor Stravinsky (o único compositor representado no filme que estava vivo à época); “Sinfonia Pastoral”, de Ludwing Van Beethoven; “Dança das Horas”, de Almicare Ponchielli; “Noite no Monte Calvo”, de Modest Mussorgsky; e “Ave Maria”, de Franz Schubert.

“Fantasia” da Filarmônica de Curitiba é um sonho antigo da diretora geral do espetáculo, Kika Marquardt. Também violinista da orquestra, ela vinha percebendo que espetáculos voltados à família tinham um grande público infantil. “É uma maneira de trabalhar a formação de público também porque mostra a música clássica de maneira lúdica e mostra que não é sempre séria, ao contrário, pode ser muito alegre”, afirma ela, que conheceu a obra já adulta.

Assim como os desenhistas da Disney tiveram de afinar os traços com as notas musicais, o maestro Alexandre Brasolim tem agora o trabalho de sincronizar a performance dos músicos com as imagens. “É preciso conhecer muito bem as obras. Nos ensaios ‘limpamos’ toda a partitura e as notas. Sincronizar com a imagem é a parte mais difícil”, conta ele, que foi a segunda geração de fãs do filme. “Meu pai assistiu ao filme no cinema. Eu e minhas filhas também vimos quando crianças. Para mim é muito emocionante”, conta.

Início do surround

Com mais de duas horas de duração - até hoje o filme mais longo dos estúdios Disney, “Fantasia” foi um marco também na maneira de exibir. O surround, com mais qualidade e fidelidade ao áudio real, foi inaugurado com o filme. “Em 1940, apenas 17 salas de cinema estavam preparadas para o som de ‘Fantasia’”, conta Brasolim.

A ambição de Disney era adicionar novas canções e relançar o filme anualmente. Logo isso se provou fora da realidade, mas as peças “Cisne de Tuonela”, de Jean Sibelius, “Cavalgada das Valquírias”, de Richard Wagner, “O Voo do Besouro”, de Nikolai Rimsky-Korsakov, entre outras peças, chegaram a ser estudadas. Algumas outras foram agregadas na edição restaurada “Fantasia 2000”.

Essa versão também resgatou o trecho de “Noite no Monte Calvo”, que causou muita controvérsia originalmente. A figura central do trecho é o demônio Chernabog - que contou inclusive com Bela Lugosi como modelo. Aliada à música intensa de Modest Mussorgsky, a festa dos seres demoníacos assustou a muitas crianças. Houve tanta reclamação que a Disney optou em cortar a sequência das primeiras versões lançadas em vídeo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]