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Festival

Radiohead não surpreende no Primavera Sound

Grande atração da 16.ª edição do festival de Barcelona, show da banda britânica teve poucas músicas do novo disco e cenário sem novidades. Evento teve 130 atrações

Banda tocou apenas quatro músicas de “A Moon Shaped Pool”, lançado em maio. | Eric Pamies/Divulgação
Banda tocou apenas quatro músicas de “A Moon Shaped Pool”, lançado em maio. (Foto: Eric Pamies/Divulgação)

Ano após ano, o Primavera Sound, em Barcelona, vem conquistando uma reputação que o bota em destaque na temporada de verão do Hemisfério Norte. Em 2016, desde o anúncio da escalação, o festival despontou talvez como o mais aguardado do ano.

O crescimento não é repentino. Em seu 16.º ano, o Primavera Sound passou de um público de 8 mil pessoas na primeira edição para 200 mil na que se encerrou no domingo, com gente de 124 países, segundo a produção do evento.

Entre as 130 atrações, com destaque para o rock e o pop, apresentaram-se Radiohead, Tame Impala, Brian Wilson, LCD Soundsystem, The Last Shadow Puppets, PJ Harvey, Air, Beirut, Goat, Action Bronson, Alex G, Andy Shauf e Nao.

Representando o Brasil, os grupos O Terno, Aldo The Band e Inky tocaram num palco secundário, com público diminuto, porém atento.

Embora o foco principal esteja nos três dias de música no Parc Del Forum, espaço de exposições na orla barceloneta, o Primavera Sound teve duração de cinco dias, com mais shows em outras partes da cidade, como o Beach Club, casas de shows e os museus MACBA e CCCB -–alguns deles gratuitos, como contrapartida ao investimento oficial da prefeitura local.

Além dos shows, houve também o encontro PrimaveraPro, com 3.500 cadastrados para assistir a palestras e oficinas de profissionais da música.

Radiohead

Principal atração, o Radiohead fez um show correto - o que, no parâmetro da banda, é algo grandioso. O Primavera parou para receber o grupo, reunindo praticamente todos os presentes no espaço dos palcos principais.

Mesmo em turnê do novo disco, quem esperava ouvir o trabalho na íntegra teve que se contentar com apenas quatro músicas de “A Moon Shaped Pool”.

O cenário, sempre um dos destaques dos shows dos ingleses, desta vez não surpreendeu, parecendo uma variação do que se viu nas turnês de “In Rainbows’’ (nos telões) e “King of Limbs” (nas luzes de palco).

O repertório da banda, porém, garantiu o espetáculo e a alegria dos fãs.

LCD Soundsystem, Tame Impala, Kamasi Washington e Brian Wilson

O LCD Soundsystem, de volta da aposentadoria cinco anos após anunciar seu fim, tampouco surpreendeu. Sem músicas novas, fez um show idêntico ao da última turnê, como se tivesse parado no tempo - com tudo que há de bom e de ruim nisso.

O Tame Impala impressionou pela quantidade de pessoas que arrastou para o segundo palco principal, tornando difícil conferir a apresentação. Além da lotação, os australianos enfrentaram problemas com o equipamento de som, que sofreu um apagão em dado momento.

Apesar de a noite cair apenas às 22 horas, o festival começou tarde, no fim do dia. Estranhamente, algumas atrações de som mais lento e contemplativo, como Beach House e os islandeses do Sigur Rós, foram escaladas de madrugada, atrapalhando um pouco o andamento.

Revelação do jazz, o saxofonista Kamasi Washington foi um dos destaques, num show avassalador com sua big band no belo auditório fechado que faz parte do Primavera Sound.

Comemorando 50 anos do disco clássico “Pet sounds’’ do seu Beach Boys, Brian Wilson fez um show emocionante no fim de tarde. Os grupos africanos Mbongwana Star e Orchestra Baobab garantiram o suingue, também reunindo bastante gente num dos palcos mais bem localizados, um anfiteatro na beira do mar.

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