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Era uma vez um grupo de amigos com uma inquietação em comum: fazer um festival de música alternativo e sustentável. A primeira tentativa, tímida e algo precária, foi em uma chácara em Angra dos Reis (RJ), em 2001. O festival pousou na Lapa e em Morretes nos anos seguintes e passou por Antonina de 2003 a 2005 – em alguns anos, houve mais de uma edição, por isso ele aconteceu pela 17.ª vez em 2014. O Psicodália saiu do Paraná em 2006, e desde então ganha vida em solo catarinense. Hoje, quem está à frente da empreitada é a tradutora Juliana Henriques, e os músicos e empresários Klaus Eira e Alexandre Osiecki. Dono de um bar no Largo da Ordem, Osiecki, de 33 anos, contou suas impressões sobre a edição 2014. E o segredo para que o crescimento do evento não contamine sua essência:

Onde você está?

Em Rio Negrinho, ainda. Esta­mos devolvendo o material que foi alugado e já começamos a negociar com o proprietário da fazenda as datas do festival do ano que vem. É um trabalho de um ano inteiro. Meu sentimento é de dever cumprido. Está um sol lindo aqui, e está tudo arrumadinho. Nem parece que o festival acabou ontem [quarta-feira].

Qual a avaliação do Psico­dália 2014?

No geral, considero excelente. Tivemos alguns problemas pontuais, como o sistema de cartões, que caiu uma vez ou outra. Mas o público ficou satisfeito. Não houve emergências nem ocorrências policiais. Uma coisa legal de se falar é que recolhemos três caçambas de lixo. Ano passado, foram dez. É uma redução de 70% na produção de lixo. E conseguimos isso com medidas simples, como amassar latinhas.

Até onde o festival pode crescer sem perder a sua filosofia?

Quem frequenta o evento tem, digamos, um direcionamento filosófico. Então, o público que já é fiel, transmite isso para quem vem pela primeira vez. Por isso não temos medo de continuar crescendo. Claro que não vamos dobrar o público de uma edição para outra. Seria um risco. Mas acredito que a essência do festival permaneça porque a turma que se importa com ele pensa da mesma forma.

Apesar de ter um público fiel, novos grupos frequentam o festival, o tornando mais popular. Você vê isso como um risco?

O Psicodália já trocou de geração, estamos há mais de uma década nessa onda. Sentimos diferença com essa turma nova, mas essa geração é muito esclarecida e antenada. É também livre e sem preconceito. Não tenho medo porque eles buscam o que o Psicodália pode oferecer.

E o que o Psicodália pode oferecer?

A troca. A amizade, o encontro. O festival não é uma balada, e eles sabem disso. Há ainda as oficinas e eventos diversos, que agregam conteúdo. A preocupação com o lixo. Tudo isso faz com que o público aproveite sua estada de forma produtiva.

Você enxerga o formato do festival como tendência?

Sim. Ano passado, cinco festivais menores, no mesmo estilo, vieram nos procurar. Aí damos apoio. Emprestamos os rádios comunicadores, por exemplo. E fazemos ponte com artistas e empresas. Esses eventos, com a cara do Psicodália, estão surgindo, pipocando. É o futuro que está acontecendo.

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