Tumblr
Offside Brazil
A prestigiada agência fotográfica Magnum, criada por Robert Capa (1913-1954) e Henri Cartier-Bresson (1908-2004) selecionou cinco fotógrafos brasileiros para fazer parte do projeto Offside Brazil, que busca registrar o que acontece no país nesta época de Copa do Mundo. Além de integrar o banco de imagens da agência, o público em geral pode conferir parte das fotos de Pio Figueiroa, Rafael Vilela, André Vieira, Breno Rotatori e Barbara Wagner no offsidebrazil.tumblr.com. A ideia do projeto é ir além do gramado e mostrar as outras facetas do Brasil cada fotógrafo pode escolher, livremente, com qual tema trabalhar. Imagens dos protestos pelas ruas, da periferia e de cidades do interior são alguns dos registros, que vão além do clichê futebol/alegria/praia. O trabalho conta, ainda, com o olhar estrangeiro sobre o país, com fotografias de profissionais como Susan Meiselas, David Alan Harvey, Alex Majoli, Jonas Bendiksen e Paolo Pellegrin.
Não deixe de conferir: os trabalhos do brasileiro Pio Figueiroa (foto), da produtora Paranoid. Ele escolheu como tema mostrar a cidade de São Paulo da meia-noite às 4 horas da madrugada em vários dias durante os jogos do Mundial. Histórias da noite, festas, ocorrências policiais e trabalhadores que atuam neste horário fazem parte do conjunto. Está prevista, ainda sem data nem local definidos, uma exposição sobre o projeto, com curadoria do Instituto Moreira Salles (IMS).
Livro 1
Gracián e o Mundo Empresarial
Luis Roberto Antonik. Livros de Safra, 224 págs., R$ 35. Negócios.
"Tenha apreço por chegar à meta, mais que por competir". Ideias simples, mas ousadas como essa explicam porque A Arte da Prudência, livro escrito no século 17 pelo jesuíta espanhol Baltasar Gracián, atravessou os séculos como um clássico da literatura.
A coragem das ideias de Gracián que lhe custaram anos de exílio em Saragoza, onde morreu desperta admirações no mundo todo. Foi assim com o menino Luis Roberto Antonik, que começou a trabalhar na infância, fazendo entregas numa padaria para ajudar a mãe, lavadeira, e, inspirado por este e outros grandes pensadores, formou-se em Geografia, Administração e Ciências Econômicas.
Depois de escrever sobre Finanças e Matemática Comercial, Antonik deu-se conta de que os escritos de Gracián faziam todo o sentido no mundo moderno. Só lhes faltava, reparou, uma pitada de atualidade para transpô-los a este milênio. Foi o que fez Antonik.
Preste atenção: Em Gracián e o Mundo Empresarial, os aforismos originais selecionados foram reorganizados por tema. A cada um deles seguem-se contextualizações que dão nova luz à obra setecentista. O resultado é uma leitura leve, que nos remete ao terreno seguro dos conselhos sábios dos nossos pais e avós. Fica claro que Antonik, em sua adaptação, seguiu uma das máximas ensinadas por Gracián: "Faça tudo com inspiração".
DVD
Downton Abbey 4ª Temporada Completa(Downton Abbey, Reino Unido, 2014). Criação de Julian Followes. Diversos diretores. Com Hugh Bonneville, Maggie Smith, Michelle Dockerey e Elizabeth McGovern. 514 minutos. Classificação indicativa: 12 anos. Universal. Locação e venda. Preço médio: R$ 99,90. Série.
Em 1922, a família Crawley e seus criados continuam a enfrentar novos desafios, muitos deles interligados. Seis meses após a trágica morte de Matthew em um acidente automobilístico, a perda ainda é sentida por todos. Mary (Michelle Dockerey), sua viúva, tem dificuldades em se recuperar, mas é encorajada pela família a começar de novo. Como ela se torna a principal herdeira de Downton Abbey, suas responsabilidades crescem e ela se torna um hesitante objeto da atenção de interessados pretendentes. Rose (Lilly James), sua espevitada prima, ganha destaque nesta quarta temporada, graças a suas incursões na vida mundana de Londres. Edith (Laura Carmichael), filha do meio dos Crawley, também enfrenta situações dramáticas em sua vida, assim como a criada Anna (Joanne Froggatt).
Por que assistir? Em seus quarto ano, Downton Abbey não dá sinais de cansaço. Os roteiros seguem afiados, ainda que, em alguns momentos, mais melodramáticos do que de hábito.
Livro 2
Rio Cultura da Noite Uma História da Noite Carioca
Leo Feijó e Marcus Wagner. Casa da Palavra, 384 págs., R$ 53. História.
Um retrato completo da história da "noite" da cidade mais boêmia do Brasil. Dos salões de baile às pistas atuais. Clubes, casas de show, festas e personagens que fizeram a noite do Rio de Janeiro numa história que se confunde com a vida da própria cidade, pois tudo o que acontece a noite reverbera nos usos e costumes do povo. Desde os anos 1950, época do piano-bar em Copacabana; das danceterias e dos bailes black dos anos 1970 e 1980; passando pelas festas alternativas e clubes dos anos 1990 até os tempos atuais em que a Lapa representa a fusão de estilos, com o renascimento do samba, do choro e da MPB nas pistas de dança.
Preste atenção: Para quem conhece e admira a história da boemia carioca, o livro elenca diversas casas noturnas que desempenharam um papel sociocultural fundamental para essa vocação ao longo dos tempos. Para quem não conhece este mundo é a chance de entender a importância destes lugares e pessoas classificados em verbetes, fotos, depoimentos, textos, músicas e movimentos que marcaram este rico cenário.
Mangá
A Metamorfose
Franz Kafka. Adaptação e ilustrações Equipe East Press. Tradução de Drik Sada. L&PM Pocket Mangá. R$ 17,90. Quadrinhos.
"Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso." Na adaptação em mangá de A Metamorfose (1915) do escritor Franz Kafka, pela Equipe East Press, a frase que abre o romance surge entre as patas contorcidas da barata em que se transformou o protagonista da história.
O lançamento da L&PM Pocket faz parte de uma série de adaptações de obras clássicas da literatura com traços típicos dos quadrinhos japoneses. A história de Kafka continua a mesma: um caixeiro viajante acorda em seu quarto com o corpo deformado. A diferença da adaptação traduzida por Drik Sada está no destaque dado aos coadjuvantes, como o pai e a irmã de Gregor, que ganham espaço na trama.
Por que ler? Evidentemente, a versão em quadrinhos não substitui a obra original. Mesmo assim, não deixa de ser interessante conferir visualmente (e em estilo nipônico) uma das maiores alegorias do século passado sobre a vida moderna, capaz de nos deformar pelo excesso de trabalho.
