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"Na Rua, na Chuva, na Fazenda" foi uma das músicas mais tocadas nas rádios nos anos 1990. Reconhecida facilmente na voz de Paula Toller, do Kid Abelha, poucas vezes é lembrada como composição de Hyldon (foto), baiano de 57 anos que lança Soulbrasileiro, primeiro disco com faixas inéditas desde 1989.

No álbum, um dos maiores representantes da soul music brasileira que já dividiu palco com Tim Maia e Wilson Simonal e que produziu discos de Jerry Adriani, Erasmo Carlos e Odair José, mostra-se um ótimo anfitrião e apresenta suas novas parcerias com Chico Buarque, Zeca Baleiro, Frejat, entre outros. O "soulman" conversou por telefone com a reportagem da Gazeta do Povo.

Gazeta do Povo – É seu primeiro disco-solo depois de 19 anos. Como foi o processo de criação depois de tanto tempo?

Hyldon – Eu sempre estou produzindo. Ainda dá para fazer uns cinco discos com o que tenho de músicas novas. O disco novo tem unidade. É calcado no violão e percussão e, como não estava preso a nada, muito menos a mercado fonográfico, deixei a música me levar. É um trabalho bem lúdico, foi como brincar de tocar. Tirando o Carlinhos Brown, que quebrou tudo. Mas ele tem permissão.

Como se deram as parcerias? Há, inclusive, participação do Zé Menezes.

O Zé (Menezes) é uma figura especial. Está com 84 anos e estuda e toca todos os dias. Foi um prazer aprender com ele e vê-lo em ação. O Zeca Baleiro é um poeta dos melhores e o Frejat é um dos maiores artistas de sua geração. Houve boas surpresas, como ouvir Caetano Veloso tocar kalymba. Todos que eu convidei foram numa boa, eles gravaram por amor, tenho certeza disso.

Hoje ainda há espaço para um músico típico, que carrega o violão nas costas?

Claro que sim. A música está muito pasteurizada. No painel da música brasileira, tudo está muito pré-concebido. Eu não preciso cantar baladas porque "estourei" com "Na Rua, na Chuva, na Fazenda"... eu sou eu e meu violão, pena que as rádios não acompanham mais, não variam a programação, não se abrem para novos artistas.

Como você define sua música hoje?

Eu sou MPB, mas não precisa rotular. Ou você gosta, ou não gosta. Tenho influência da soul music norte-americana, adoro Stevie Wonder e suas levadas, mas tenho forte influência de Luiz Gonzaga também. Hoje, ouço muito essa gente nova: Zeca Baleiro, Lenine, Pedro Luis... E sou bonzinho. O Tim Maia dava bronca em todo mundo, menos em mim.

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