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Leandro Knopfholz: Festival se foca em atrair público que não costuma ir ao teatro | Hedeson Alves/Gazeta do Povo
Leandro Knopfholz: Festival se foca em atrair público que não costuma ir ao teatro| Foto: Hedeson Alves/Gazeta do Povo

Leandro Knopfholz, diretor do Festival de Curitiba, diz que não acompanha o circuito teatral do país. Não assiste aos espetáculos da Mostra Contemporânea, para evitar o mal-estar de atender ao convite de um artista e recusar o de outro. Vê frações de peças do Fringe. Seu olhar, sobre o evento que criou há 18 anos, com amigos, é o do homem de negócios, o empresário que quer movimentar a cidade. "O festival é uma grande festa em Curitiba", diz.

Sua preocupação é atrair e ampliar o público, atento não aos cativos do teatro, mas aos alheios. "Desde o primeiro ano, a comunicação é dirigida para o público ir ao teatro. Quem nunca vai precisa ser sensibilizado; quem já costuma ir, vai em busca (sozinho)", diz. E Knopfholz acredita que as quase duas décadas de intensa movimentação teatral em março estão surtindo efeito na formação de plateia na cidade. "Aos poucos, a cultura muda. Só depois de uma geração se incute no cotidiano das pessoas o hábito de ir ao teatro. É uma função lenta, mas persistente."

O diretor reage a críticas ao formato do festival dizendo que se trata "de uma percepção rasa". "A programação da mostra tem como foco qualidade e inovação. A programação do resto é sempre pautada pela projeção de talentos em ascensão. No Fringe, a gente busca abarcar todo mundo que quer vir", argumenta.

Percepção rasa

Knopfholz não crê que o festival perca sua característica de "vitrine" brasileira por conta da grande quantidade de peças presentes na Mostra Contemporânea que já cumpriram temporada em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Embora não sejam novidades para os espectadores do "eixo", ainda o são para os outros. "O festival recebe jornalistas de 15 estados brasileiros, além de programadores de cinco países", diz.

Desde a criação do evento, a principal mudança que sentiu foi o aumento das responsabilidades. "No primeiro ano, a única coisa que pretendia era trazer para Curitiba os espetáculos que não estavam vindo."

Com o passar do tempo, outras intenções se somaram, como a ideia do ponto de encontro entre artistas e público, e a apropriação de espaços da cidade. "A Ópera de Arame foi criada para o festival, fomos os primeiros a usar o Canal da Música, revelamos o barracão do Risorama, agora o da extinta Rede Ferroviária", enumera.

"E o Fringe é uma responsabilidade, porque as pessoas têm expectativa com bilheteria, com visibilidade. A gente não pode se furtar a isso com o evento crescendo."

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