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Um dos retornos mais esperados do rock nos últimos tempos encerrou o festival Coachella na noite deste domingo (29). O grupo Rage Against the Machine foi responsável por mobilizar uma grande multidão para o deserto e mostrou que sua mistura de rock com engajamento político segue com força em cima do palco. O show do quarteto de Los Angeles foi o primeiro depois da separação ocorrida em 2000.

Foi a última apresentação no palco principal entre as mais de 120 atrações que passaram pelo Coachella desde sexta-feira (27), para uma média de 60 mil espectadores por dia.

Apesar de ter alcançado sucesso mundial, com letras sobre revolução e referências a Che Guevara, um show na Califórnia nestas circunstâncias tem uma outra conotação. O Rage Against The Machine é também resultado da mistura étnica que marca a região, com considerável peso da comunidade latina. E essa comunidade se identifica com a figura do vocalista Zack de la Rocha.

A expectativa para o show da volta já era sentida desde o primeiro dia do Coachella, pelo grande número de fãs com a camiseta da banda. Sem mencionar as várias estampas que ironizavam ou criticavam o governo Bush ou o próprio presidente, seguindo a mesma corrente de pensamento que o RATM propagava em seu auge.

Próximo das 22h40, já era muito difícil transitar na área do palco principal por muitos metros por causa da concentração dos fãs. Para atender a imprensa foi necessário um esquema especial devido ao grande número de pessoas para o registro dos primeiros momentos do show.

"Boa noite, nós somos o Rage Against the Machine, de Los Angeles, Califórnia", disse De la Rocha, no que seria o único contato direto com o público até os "obrigados" finais. Com "Testify", do disco "The Battle of Los Angeles", a apresentação começou e passou por uma seleção das faixas mais conhecidas do grupo como "Bulls on parade", "Freedom" e "Bomb track".

Foram momentos de uma carreira de nove anos que seguiu até 2000, quando diferenças artísticas apareceram entre o cantor e o resto da banda. Tom Morello, Brad Wilk e Tim Commerford formaram o grupo Audioslave com o vocalista Chris Cornell. De la Rocha ensaiou alguns projetos, mas nenhum vingou de fato.

Ao dar a notícia do retorno, o guitarrista Morello afirmou que o momento atual da política no mundo pedia o Rage Against The Machine de volta ao cenário. No show no Coachella, De la Rocha discursou para pedir que o governo Bush seja "enforcado e morto a tiros".

A performance foi seguida por milhares de pessoas que ou tentavam se espremer o mais próximo possível do palco ou tentavam subir no que estivesse disponível, como forma de obter um ângulo melhor para assistir à apresentação.

Após uma pequena pausa que levou o público a pensar que a banda havia encerrado o show sem ter tocado seu maior clássico, o Rage Against The Machine voltou para frente de seu público e tocou "Killing in the name", a música que jogou luz sobre o quarteto e que segue ainda como a que mais provoca reação da platéia.

Foi um encerramento raivoso para um festival que manteve suas características de evento tranqüilo, apesar do grande número de participantes, e que conseguiu misturar as vanguardas do pop com nomes mais populares como o Red Hot Chili Peppers e Björk.

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