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O ator Jeff Bridges | Divulgação
O ator Jeff Bridges| Foto: Divulgação

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"Este não é um lugar para os fracos/ Não é um lu­­­gar para os que perdem a cabeça/ Nem um lugar para ficar para trás/Levanta teu coração cansado e faz um último esforço." O sentimento ao ver Coração Louco (veja trailer e fotos), escrito e dirigido pelo estreante atrás das câmeras Scott Cooper a partir do livro homônimo de Thomas Cobb, não seria o mesmo sem a belíssima trilha sonora que acompanha o personagem em uma cruzada pela alma da América.

O trecho acima é da música "The Weary Kind", de T-Bone Bur­­nett e Ryan Bingham, que rendeu ao filme o Oscar de melhor canção original a este drama que acompanha a trajetória tortuosa de um cantor de música country sessentão em uma turnê nada glamourosa, passando por bares e boliches decadentes do interior norte-americano. Frustrado e solitário, Bad Blake (Jeff Bridges, de O Grande Lebowski) bebe litros de uísque, esnoba seus fãs e dorme com tietes da sua idade em hotéis de beira de estrada. Até que seu coração louco ressurge da letargia quando ele se apaixona pela jovem jornalista Jean (Maggie Gyllenhaal, de Mais Estranho Que a Ficção), mãe solteira em busca de um pai para o filho pequeno.

O camaleão Jeff Bridges, que venceu o Oscar de melhor ator pelo papel, interpreta com destreza impressionante um Bad Blake entre o cínico e o tristonho, em péssima forma física, barbado e desgrenhado, cujas semelhanças com artistas reais que perderam seu lugar na injusta dança das cadeiras da indústria fonográfica não é mera coincidência.

O filme narra de forma direta um momento crucial da vida de Blake, em que o vislumbre de um futuro ao lado de Jean e seu filho faz com que ele perceba a necessidade de reparar os erros do passado como condição para seguir em frente. O turbilhão sentimental se une à grande mágoa que o cantor veterano nutre pelo jovem e bonitão Tommy (um irreconhecível Colin Farrell, de Miami Vice), seu apadrinhado, que subitamente tornou-se rico e famoso. A relação problemática entre os dois faz sair da caixa tanto o ego inflado, a rivalidade e o ressentimento que acometem os artistas, como sentimentos encobertos comuns a pai e filho.

A questão da paternidade, aliás, negada por um Blake que nunca se apegou a nada até então, a não ser a música, é um ponto crucial desta história de superação, que usa o humor tragicômico como antídoto para a pieguice, ao mesmo tempo em que emociona o espectador pelas atuações muito humanas.

É preciso destacar, ainda, as ótimas cenas de Blake e Tommy se apresentando e a pequena, mas marcante, participação de Robert Duvall como Wayne, velho amigo de Bad, que, como todos os outros personagens, é uma figura pitoresca que parece ter saído dos bares e lanchonetes do oeste americano. GGGG

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