• Carregando...
Robert Plant: repertório do novo disco solo mescla canções vintage e modernas | Gregg Delman/Divulgação
Robert Plant: repertório do novo disco solo mescla canções vintage e modernas| Foto: Gregg Delman/Divulgação

Os novos dos velhos

Além de Robert Plant, outros veteranos do rock estão lançando novos discos, que devem chegar em breve às lojas brasileiras. Confira

Mean Old Man, Jerry Lee Lewis (foto 1)

Lançamento: 7/9

Segundo álbum de duetos de Jerry Lee Lewis, ao lado de artistas como Eric Clapton, Sheryl Crow, Willie Nelson, Keith Richards, Slash, entre outros.

Songs from the Road, Leonard Cohen (foto 2)

Lançamento: 14/9

Nos formatos CD/DVD, o vigésimo disco da carreira de Cohen reúne canções ao vivo registradas durante a turnê mundial realizada por ele em 2008–2009.

Clapton, Eric Clapton (foto 3)

Lançamento: 28/9

O 19º álbum de estúdio do guitarrista inglês mescla novas canções a covers.

Le Noise, Neil Young

Lançamento: 28/9

Com produção de Daniel Lanois, o mais novo disco de Young é composto por oito canções.

The Bootleg Series: The Witmark Demos: 1962–1964, Bob Dylan

Lançamento: 19/10

O disco reúne 48 demos acústicas gravadas entre 1962 e 1964, 15 delas agora lançadas pela primeira vez. Na mesma data, chega às lojas The Complete Mono Recordings, box com versões mono das canções dos primeiros oito discos de Dylan.

The Promise: The Darkness on the Edge of Town Story, Bruce Springsteen (foto 4)

Lançamento: 16/11

Reedição de luxo do álbum gravado em 1978, com faixas bônus, divididas em três CDs e três DVDs.

Band of Joy era o nome do grupo do qual Robert Plant e o baterista John Bonham faziam parte antes de integrar o Led Zeppelin. Mais precisamente, "um bando de pretensiosos de Birmingham especializados em releituras do Love, Moby Grape e Buffalo Springfield, que conseguira fazer algumas apresentações em clubes londrinos antes de se separar por não encontrar qualquer gravadora interessada", segundo a definição do jornalista Mick Wall, autor da biografia Led Zeppelin: Quando os Gigantes Caminhavam sobre a Terra (Larousse, 2009).

Ou seja, psicodelia, folk, blues e rock sempre fizeram parte da formação musical de Plant, que somou ainda influências de soul e R&B para compor um estilo vocal único e até hoje imitado. No recém-lançado Band of Joy, mais novo disco solo do vocalista, ele resgata suas raízes sonoras partindo de um único lugar, que concentra, ao mesmo tempo, todas essas referências: Nashville, capital do Tennessee, nos Estados Unidos.

Para isso uniu-se a ninguém menos que Buddy Miller, guitarrista e "patrimônio musical" de Nashville, integrante da banda que excursionou com Robert Plant e Alison Krauss durante a turnê do premiado álbum Raising Sand (2007). "Durante a turnê, eu passava muito tempo falando sobre música com Buddy. Descobri que eu não tinha uma real concepção do que Nashville realmente era: um monte de coisas diferentes. A zona de Buddy é linda, com muitas reflexões voltando até o rockabilly de meados dos anos 50 e toda aquela coisa incrível do country, junto com o soul e o R&B de Memphis, que é tão negro quanto Nashville é branco", conta Plant, no material de divulgação de Band of Joy distribuído pela gravadora.

O "toque feminino" desta vez ficou por conta de Patty Griffin, cantora e compositora norte-americana mais conhecida por suas colaborações com artistas como Emmylou Harris e Dixie Chicks e que divide com Plant as mesmas influências sonoras. Completando o time, os músicos Darrell Scott (vocalista e multi-instrumentista), Byron House (baixista) e Marco Giovino (baterista e percussionista) fazem de Band of Joy um verdadeiro mergulho atemporal na autêntica música americana de raiz.

É o que se ouve logo de cara, na abertura "Angel Dance", releitura para uma canção dos roqueiros mexicano-americanos Los Lobos, que ao lado de "House of Cards", do cantor e compositor inglês de folk rock Richard Thompson, se aproximam do mesmo espírito acústico que marca Led Zeppelin III, terceiro trabalho da banda – com a diferença de que Plant agora é um intérprete mais comedido e seguro. Única inédita do disco, "Central Two-O-Nine", parceria de Plant e Miller, abusa de banjos e violões.

Mas são as guitarras as guias de duas das músicas mais interessantes e inusitadas de Band of Joy: "Silver Rider" e "Monkey". Ambas são releituras de canções do trio de indie rock Low, de Minnesota. Também descrita como slowcore, a sonoridade da banda é marcada pelo ritmo lento das composições, que abusam de arranjos minimalistas, climas soturnos e harmonias vocais marcantes. Em dueto com Patty Griffin, Plant praticamente apenas sussurra em ambas as faixas, mostrando que a intensidade de sua voz nem sempre vem associada ao alcance de tons mais agudos.

Há ainda espaço para o doo-wop, na balada "I’m Falling in Love Again" (Jimmie Rodgers), country em "Harms Swift Away" (Townes Van Zant) e gospel em "Satan, Your Kingdom Must Go Down". Plant poderia ter seguido a mesma formula do bem sucedido Raising Sand, mas como sempre, es­­colheu o ca­­mi­­nho mais ar­­­­ris­­cado, demonstrando coragem e versatilidade ao interpretar um repertório que mescla canções vintage e modernas. Deu certo, mais uma vez. Agora é só esperar pelos prêmios. GGGG

Serviço:

Band of Joy, Robert Plant. Universal Music Brasil. R$ 29,90.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]